Analistas recomendam compra de ações do setor de construção
Limite de liquidação e percepção de risco para a entrada de investidores são alguns dos pontos em análise
27 de maio de 2010 - As ações das principais empresas do setor imobiliário e de construção civil atualmente são negociadas próximas do seu valor de liquidação, o que, segundo analistas, pode representar um ponto de entrada para investidores, apesar de sua volatilidade característica. Conforme os analistas do Barclays Capital, o único motivo que explicaria o atual patamar dos papéis seria uma percepção de risco futuro, o que na avaliação do banco não seria justificável.
O cálculo do valor de liquidação considera o caixa, recebíveis de empreendimentos já construídos e em construção, estoque de terrenos, estoque dos lançamentos a valor de mercado, menos o endividamento bruto, impostos (PIS, Cofins), terrenos a pagar, minoritários e obrigações de construção. Em resumo, essa soma representa o valor total do patrimônio se a empresa fosse encerrar suas operações imediatamente, considerando a venda apenas das unidades em estoque.
No início da semana passada, as incertezas com relação à economia europeia, que levaram o Ibovespa a perder o patamar de 60 mil pontos, derrubaram as ações do setor. Entre quinta e sexta-feira, porém, a notícia de que o Equity International, do investidor multimilionário Sam Zell, está procurando captar cerca de US$ 500 milhões para aumentar o investimento no mercado imobiliário brasileiro, impulsionou um novo rali.
Como resultado da volatilidade dos últimos dias, o Imob, índice que reúne as empresas mais representativas do setor na Bovespa, apresentou leve avanço de 0,11% na semana passada, enquanto o Ibovespa recuou 4,97%. No ano, porém, o Imob ainda acumula queda de 17,5%, após ter disparado 205,2% em 2009. O Ibovespa, por sua vez, registra retração de 12,6% neste ano, ante alta de 82,6% no ano passado.
Devolvendo parte dos ganhos acumulados no final da semana passada, segunda-feira Gafisa, Rossi, Cyrela, PDG Realty e Agre figuraram entre as maiores baixas do índice.
O analista de Construção Civil do Barclays, Guilherme Vilazante, observa que as ações da PDG, por exemplo, estão sendo negociadas abaixo do valor de liquidação, e até mesmo companhias transacionadas com prêmio estavam operando apenas um pouco acima do seu valor recuperável dias atrás. Para o analista, isso poderia ser um sinal de que o forte movimento de venda de ações teria ido longe demais. Ele destaca que muitos clientes se mostraram temerosos de que o limite de liquidação não seria respeitado.
Fonte: DCI - SP