Após prejuízo de R$ 66,9 mi, Lopes adota postura conservadora
Redução de custo se concentrou em cortes na área de recursos humanos
25 de fevereiro de 2009 - O desaquecimento do mercado imobiliário por conta da redução de crédito disponível para execução e vendas de novas unidades, devido à crise financeira mundial, acendeu o sinal amarelo em várias companhias do setor. Segundo Marcos Lopes, presidente da imobiliária Lopes, a companhia se antecipou ao momento, iniciando uma reestruturação no terceiro trimestre de 2008. "Com as mudanças, a Lopes se preparou para enfrentar este ano e também para uma retomada do mercado", disse.
A redução de custos realizada no último semestre, estimada em R$ 67 milhões, resultou em um impacto total de R$ 5,4 milhões em despesas de reestruturação, que somente foi contabilizada no quarto trimestre, resultado principalmente do pagamento de rescisões contratuais, baixa de ativos e eliminação de projetos de tecnologia e recursos humanos.
Diante disso, a Lopes amargou um prejuízo líquido (pro forma) de R$ 13,3 milhões no quarto trimestre de 2008, uma redução de 166% comparada ao mesmo período de 2007. O resultado trimestral influenciou no lucro líquido ajustado pro forma de 2008, que somou R$ 32,3 milhões, 39% inferior ao lucro de 2007. A margem líquida do ano de 2008 foi de 14%. Se consideradas as novas práticas contábeis, a companhia teve prejuízo de R$ 98,19 milhões no quarto trimestre e de R$ 66,9 milhões no ano, uma retração de 590% e 229%, respectivamente em relação a 2007.
Segundo o Marcelo Leone, diretor financeiro e de relações com investidores da Lopes, a redução de custo se concentrou em cortes na área de recursos humanos. "Os efeitos vão começar a ser vistos no primeiro trimestre de 2009. Os números operacionais já indicam isso."De acordo com o executivo, atualmente, a posição da companhia é extremamente conservadora em relação a caixa, pois visa enfrentar os próximos 12 ou 18 meses de forma confortável, o que deve provocar uma interrupção dos pagamentos de dividendos ao longo deste ano. "No entanto, se o desempenho for positivo em 2009, certamente em 2010 a empresa dará continuidade à distribuição de dividendos", diz. Para enfrentar este ano, a companhia vai ficar de olho na expansão do segmento econômico, diz Marcos Lopes, destacando que a empresa teve uma participação 193% maior neste nicho. (Gazeta Mercantil)
Fonte: Gazeta Mercantil