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Arquiteto e urbanista Jaime Lerner morre aos 83 anos

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Profissional foi três vezes prefeito de Curitiba, onde implantou o Sistema Integrado de Transporte Coletivo, que tornou a capital paranaense referência em planejamento urbano

Em 2002, Jaime tornou-se presidente da União Internacional de Arquitetos – UIA, onde se manteve no cargo até 2005 (Créditos: divulgação/ Instituto Jaime Lerner)

27/05/2021 | 11:58 - Morreu nesta quinta-feira (27), aos 83 anos de idade, o arquiteto e urbanista Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba (PR) e ex-governador do Paraná. O profissional estava internado desde o dia 21 de maio no Hospital Universitário Evangélico Mackenzie, em Curitiba. De acordo com o hospital, o falecimento do arquiteto foi causado por complicações de doença renal crônica.

Jaime Lerner formou-se em arquitetura na Universidade Federal do Paraná, em 1964. O arquiteto já ficou em segundo lugar no Concurso Internacional Eurokursaal, na Espanha (1966) e venceu o Concurso Nacional de Projetos para o Edifício-Sede da Polícia Federal, em Brasília (1967). Além disso, venceu vários prêmios do Instituto de Arquitetos do Brasil – IAB, seções estadual e nacional.

Em 1971, iniciou seu primeiro mandato como prefeito de Curitiba, onde implementou grandes mudanças urbanísticas. Jaime implantou o Sistema Integrado de Transporte Coletivo na capital paranaense, projeto que fez a cidade tornar-se referência nacional e internacional em planejamento urbano devido a sua eficiência, qualidade e baixo custo.

O arquiteto foi reeleito prefeito de Curitiba em 1979 e 1989. Após o fim do mandato como prefeito, assumiu o Governo do Paraná por duas vezes seguidas, de 1995 a 1998 e 1999 a 2002.

No Estado, Jaime realizou uma grande transformação econômica e social, com a política de industrialização, de modernização da infraestrutura, de capacitação e de melhoria da qualidade de vida nas cidades e no campo. Entre as iniciativas, ele criou as “Vilas Rurais”, que auxiliaram na implantação de 412 comunidades atendendo a 16 mil em casas de alvenaria de 44,5 m², água e energia elétrica. Somando-se os programas de moradia urbana, foram construídas 57 mil unidades habitacionais em 350 cidades.

Pelo reconhecimento da sua obra em Curitiba e no Paraná, recebeu diversos prêmios e títulos internacionais, com destaque para o Prêmio Máximo das Nações Unidas para o Meio Ambiente (1990), UNICEF Criança e Paz (1996), The 2001 World Technology Award for Transportation (2001), Prêmio “The 2002 Sir Robert Mathew Prize for the Improvement of Quality of Human Settlements”, pela União Internacional de Arquitetos – UIA, e Prêmio “Volvo Environment Prize 2004”.

Em 2002, Jaime tornou-se presidente da União Internacional de Arquitetos – UIA, onde se manteve no cargo até 2005.

Desenvolveu planos urbanísticos para várias cidades do Brasil, como Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Salvador, Aracaju, Natal, Goiânia, Campo Grande e Niterói; prestou assessoria internacional para cidades como Caracas (Venezuela), San Juan (Porto Rico), Shangai (China), Havana (Cuba) e Seul (Coréia do Sul), e foi consultor em assuntos urbanos para as Nações Unidas.

Em 2007, recebeu da XI Bienal Internacional de Arquitetura de Buenos Aires o prêmio conjunto pela urbanização Pedra Branca; e em 2009 foi contemplado pelo Comitê de Candidatura Rio 16 com o Prêmio Brasil Olímpico, pela participação no desenvolvimento do Projeto BRT e por serviços de consultoria à capital fluminense relativos a sua candidatura a sede olímpica.

Em 2010, foi escolhido pela revista “Time” como um dos 25 pensadores mais inovadores do mundo, e pela revista Planetizen (EUA) como o segundo urbanista mais importante do mundo. Seu trabalho de destaque mais recente foi o Parque Urbano da Orla do Guaíba, em Porto Alegre, inaugurado em 2018.

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