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Arquiteto tem plano para derrubada do Minhocão

Texto: Redação AECweb

Michel Gorski defende projeto que divide o elevado em três partes.

10 de maio de 2010 - Com a ampliação da Marginal do Tietê, a abertura do Trecho Sul do Rodoanel e a inauguração das novas linhas do Metrô neste ano, o prefeito Gilberto Kassab (DEM) não precisa esperar mais uma grande obra viária para demolir o Minhocão. Poderia fazer isso já. É o que defende o arquiteto Michel Gorski, um dos autores de um projeto feito em 2005, para o então prefeito José Serra (PSDB), de derrubada do viaduto.

Na verdade, não precisaria ser já. Gorski agenda o início do desmonte do viaduto para 31 de dezembro de 2011. Nos cerca de 550 dias até lá, diz ele, a capital poderia se preparar para a obra.

Especialistas em trânsito ouvidos pela reportagem concordam. Dizem que a retirada desse acesso à zona oeste não traria impactos significativos ao trânsito.

O projeto de Gorski prevê o reaproveitamento do concreto do Minhocão em outras obras, o que torna o projeto mais barato. Cálculos feitos na época da elaboração do projeto, idealizado por uma equipe de dez pessoas, diziam que a obra custaria R$ 80 milhões. Mas o concreto valeria R$ 50 milhões, o que faria o custo final ser de R$ 30 milhões - 2,5% do preço da ampliação da Marginal, por exemplo. "Precisaria calcular os custos hoje", diz o arquiteto.

O projeto divide o elevado em três partes. O plano mantém um trecho do Minhocão, entre a Praça Roosevelt e o terminal de ônibus Amaral Gurgel, terminando na Avenida Duque de Caxias. O primeiro trecho a ser derrubado seria entre a Praça Padre Péricles, na saída do elevado para quem vai à zona oeste, até a Praça Marechal Deodoro. O segundo, entre a praça e a Travessa dos Desenhistas.

"Planejamento é a ordem do dia. O processo deveria começar desde já", diz. Esse planejamento, segundo ele, passa pela criação de projetos para restaurar o desenho urbano na região da Avenida São João após a via perder o viaduto. Passa, ainda, pela elaboração de campanhas de esclarecimento ao público, especialmente aos motoristas, que usam o Minhocão como rota de passagem.

Para tudo isso, o arquiteto defende a elaboração de uma "Operação Urbana São João / Santa Cecília / Vila Buarque". O plano prevê a retirada de outra obra da gaveta: um parque entre os viadutos da Liberdade, projeto já discutido pela Câmara Municipal. O plano faz parte do mesmo estudo feito pela equipe do arquiteto e faria com que a Liberdade voltasse a ser integrada às ruas do centro.

Em nota, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano diz que a construção da nova via não serviria apenas para demolir o Minhocão. Seria uma rota para revitalizar a região dos trilhos, hoje subaproveitada.

Fonte: Jornal da Tarde - SP

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