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Avanços da construção civil

Texto: Redação AECweb

Empresários do setor estão otimistas e acreditam que o nível de atividade deve crescer fortemente nos próximos seis meses.

10 de maio de 2010 - A construção civil tem muito a comemorar. O bom ritmo do setor tem animado empresários e trabalhadores. É o que mostra um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Ministério do Trabalho, a pedido da Câmara Brasileira de Indústria da Construção (CBIC), e a Sondagem da Construção Civil, feita pela Confederação Nacional das Indústrias, em parceria com a CBIC. Ambos realizados recentemente.

Do lado dos trabalhadores, o levantamento revelou que, além do aumento das oportunidades de trabalho geradas no setor formal, é crescente a melhoria das condições de trabalho. Uma prova é o aumento da escolaridade dos funcionários do setor, que estão sendo incentivados pelos próprios empregadores a investir nos estudos.

Para ter uma ideia desses avanços no que se refere à escolaridade, em 2002, quase dois terços dos ocupados no setor (63,6%) não haviam concluído sequer o ensino fundamental (tinham menos de oito anos de estudo). Apenas 36,1% tinham chegado ao ensino médio (mais de oito anos de estudo). Em 2010, o número de pessoas que estudou mais de oito anos já chega a quase metade dos trabalhadores (47,8%). Atualmente, um quarto dos trabalhadores do setor tem 11 anos ou mais de estudo (26,6%). São 442,8 mil profissionais que passaram esse período nos bancos da escola. Em 2002, 19% dos funcionários da construção tinham estudado por esse tempo - o que representa um total de 256,3 mil pessoas.

Outra boa notícia é a redução progressiva do analfabetismo. Em 2002, 8% dos trabalhadores tinham, no máximo, um ano de estudo. Juntos, somavam 107,9 mil empregados do setor da construção. A pesquisa mais recente (2010) confirmou uma queda gradual desse índice para 5% do total em 2010, o que equivale a 83,2 mil pessoas.

Em relação ao emprego, o número de trabalhadores formais e informais no setor cresceu 23% desde 2002 até 2010, nas seis principais regiões metropolitanas brasileiras - Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Somente nos últimos 12 meses (fevereiro de 2010), o avanço foi de 8,1%, contra um avanço de 3,4% do mercado de trabalho brasileiro em geral.

O incremento nas contratações é acompanhado de uma elevação na formalização do mercado de trabalho do setor. Apenas nos três primeiros meses deste ano, foram criados 127.694 empregos formais na construção civil em todo o país (19% do total de empregos criados em todos os segmentos econômicos), segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho . Em 2009 foram 177.185 vagas formais (18% de todo o volume de emprego do ano). Há 10 anos, a situação era bem diferente. Em 2000, conforme o Caged, a construção civil não só não gerou vagas de emprego, como fechou 1.627 postos de trabalho formais.

Diante desse cenário, os empresários do setor estão otimistas. Para eles, o nível de atividade deve crescer fortemente nos próximos seis meses. O indicador que apura essa percepção ficou em 66 pontos, em uma escala que varia de zero a 100, na sondagem da CNI. Com isso, os empregadores acreditam que continuarão contratando nesse período. Para esse quesito, a sondagem registrou 66,2 pontos. E, para a criação de empreendimentos e serviços, foram apontados 67,7 pontos.

A conclusão a que se chega é que há muito mais para festejar do que reclamar. Porém, não podemos nos esquecer dos entraves ainda enfrentados pelo setor, como burocracia e qualificação de mão de obra, além de questões macroeconômicas, como a baixa taxa de investimento, a elevada carga tributária, o gasto público desordenado e a necessidade urgente das reformas administrativa, previdenciária e trabalhista.

Fonte: O Estado de Minas.
Jorge Luiz Oliveira de Almeida - Diretor de Comunicação do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG).

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