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Bairro do Tatuapé, em SP, ganha o prédio mais alto da cidade

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

O Edifício Platina 220 possui 172 metros e está prestes a ser inaugurado

foto aérea do edificio platina 220, o predio mais alto de sp
O prédio, de uso misto, engloba unidades residenciais, comerciais, de hotelaria e lajes corporativas (Foto: Ponte Engenharia e Urbanismo/Divulgação)

18/08/2022 | 10:40 –  O bairro do Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo, acaba de ganhar o prédio mais alto da cidade: o Edifício Platina 22. Visível a quilômetros de distância do seu endereço, o prédio possui 172 metros e está prestes a ser inaugurado — promovendo, inclusive, eventos abertos ao público, com ingressos limitados.

De uso misto, o prédio abriga apartamentos compactos, quartos de hotel, salas comerciais (offices) e lajes corporativas, o empreendimento engloba 57 mil metros quadrados de área construída, preenchidos por 3,9 mil toneladas de aço e 32,3 mil metros cúbicos de concreto.

A construção, da incorporadora Porte Engenharia e Urbanismo, possui quatro divisões — todas organizadas por cores e com controle de circulação, ou seja, sem possibilitar acesso entre os ambientes. Os elevadores, por exemplo, são marcados por cores:

• Verde para o residencial;
• Laranja para o hotel; e
• Cinza para corporativo e offices.

A única exceção consiste no primeiro andar, onde a área de lazer com piscina, restaurante, academia e lavanderia é compartilhada pelo hotel e pelo residencial. O térreo também é caracterizado como ambiente neutro: além das 19 lojas, o espaço possui quatro entradas, cada uma com uma portaria.

No subsolo, por sua vez, são mais de 500 vagas de garagem, também com entradas para os elevadores de cada divisão, além dos dois elevadores para visitantes até o térreo. No total, são 20 elevadores, que viajam a velocidades de quatro metros por segundo — a velocidade normal costuma ser entre 0,5 e 1,5 m/s.

Os espaços do primeiro ao décimo andar do prédio são divididos entre residencial (que totalizam 80 apartamentos compactos, de 35 m² e 57 m², à esquerda do empreendimento) e hotel (que somam 190 quatros, de 19m² a 49 m², em corredores em formato de “U”, que ficam à direta).

Ao elucidar os detalhes da construção, a coordenadora de Ciência Urbana da construtora, Moniza Camilo, contou que o intuito nunca foi construir o maior prédio da cidade — tirando o posto do Mirante do Vale, com 170 metros, no centro da capital paulista — e sim transformar a Zona Leste da cidade em um ambiente que não fosse apenas “dormitório”, evitando, assim, deslocamentos para estudar, consumir, se divertir e trabalhar.

Além disso, a coordenadora explicou que existe um motivo para a metragem reduzida dos apartamentos, que consistem em studios ou unidades com dois quartos: abastecer uma demanda que, até então, encontra-se reprimida — a dos jovens.

A construção, apesar de impressionante, ainda levanta questionamentos no mundo dos especialistas em urbanismo. Se, por um lado, existe a chance de ser criada uma “nova centralidade terciária”, por outro, o bairro corre o risco de ter a sua memória apagada, fomentando, ainda, o êxodo da população mais pobre com a valorização imobiliária.

Para completar o relato, Moniza contou que, como os projetistas optaram pela construção de uma torre única, a “fachada ativa” foi favorecida. Além disso, eles puderam afastar a construção da calçada, possibilitando a doação da área à Prefeitura, que investiu em áreas verdes no local.

"A calçada aqui era de 2,5 metros. Hoje tem pedaços que têm cinco, seis metros", fala Oscar Favero, diretor de Engenharia. A ideia é trazer vida ao ambiente. "Se tem um muro, te limitando, traz insegurança, não faz o prédio conversar com o entorno. Por isso, a gente trouxe a fachada ativa e tentou recuar a torre", acrescenta Moniza.

Com informações do Estadão

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