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Baixa renda garante desempenho das construtoras

Texto: Redação AECweb

Mesmo com a crise, a procura continua grande nas companhias que atuam na baixa renda

14 de abril de 2009 - Os primeiros resultados de vendas do setor de construção civil este ano são reveladores: apesar da crise, a demanda continua aquecida e os resultados das companhias que atuam na baixa renda foram positivos antes mesmo dos efeitos do pacote habitacional. Ontem, PDG Realty e MRV divulgaram as prévias de resultados operacionais do primeiro trimestre.

Os números mostram que, depois da crise, as empresas foram muito mais cautelosas e reduziram lançamentos. Mas, proporcionalmente, as vendas subiram, o que significa que as companhias queimaram estoques - produtos lançados, em obras ou prontos - e que aumentaram muito no ano passado depois da enxurrada de novos empreendimentos. "Como tem menos lançamento no mercado, os consumidores olham mais para os produtos em andamento", afirma Zeca Grabowsky, presidente da PDG Realty. "O que importa é que a demanda está aí", afirma.

Dos R$ 419,6 milhões vendidos pela PDG Realty nos primeiros três meses, pouco mais da metade (51%) foram de estoques - um volume recorde de vendas de estoques. No ano passado, quando o volume de lançamentos era maior, a média de venda de estoques foi de 30,5%, sendo que no quarto trimestre do ano passado havia sido de apenas 20%.

A PDG lançou R$ 472 milhões de janeiro a março, 17,5% abaixo do mesmo período de 2007 e 36% menos que o último trimestre de 2008. Das unidades lançadas, 49% foram vendidas. As vendas contratadas somaram R$ 419,6 milhões, 10,2% menos que o primeiro trimestre de 2008 e 1,2% abaixo do trimestre passado. A PDG Realty tem participação em várias empresas, mas seu foco está no segmento econômico, onde concentrou 76% dos lançamentos e 79% das vendas.

A MRV lançou R$ 268,5 milhões no primeiro trimestre, para vendas contratadas de R$ 430,1 milhões, ou seja, R$ 161,6 milhões (37,4%) foram de produtos que já estavam na prateleira. A empresa mineira com foco na baixa renda lançou R$ 691,5 milhões, um recuo de 61,2% em relação ao o mesmo período de 2008. As vendas contratadas da MRV, no entanto, subiram 26,4% em relação a janeiro a março do ano passado, quando não havia sinal de crise no mercado, e 44,1% em relação ao trimestre anterior. "Em outubro e novembro, a demanda recuou, mas começou a melhorar em dezembro, que é um mês sazonalmente mais fraco, e foi ainda melhor este ano", afirma Leonardo Correa, diretor de relações com investidores da MRV.

Ambas as companhias têm capacidade para lançar mais e devem fazê-lo por conta do pacote habitacional, que começou a vigorar ontem. "A tendência é aumentar daqui para frente", afirma Grabowsky.

Fonte: Valor Econômico

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