Bancos e construtoras apanham com inflação
A expectativa dos investidores é que a alta da Selic e as medidas macroprudenciais afetem significativamente a demanda por crédito.
16 de maio de 2011 - A alta da inflação e, consequentemente, o processo de aperto monetário e mais as medidas macroprudenciais estão afetando em cheio o mercado. No entanto, esse movimento não ocorre de forma homogênea na bolsa. As ações de bancos e de construtoras vêm sofrendo mais do que a maioria dos setores. A expectativa dos investidores é que a alta da Selic e as medidas macroprudenciais afetem significativamente a demanda por crédito.
Para alguns analistas, não haverá uma queda abrupta do crédito, portanto, esses papéis estão sofrendo de forma injustificada. Isso significa que essas ações podem ser uma boa oportunidade, já que devem se valorizar quando os investidores perceberem o exagero.
Um arrefecimento acentuado do crédito prejudicaria os dois setores de formas diferentes. Do lado dos bancos essa queda reduziria os lucros, até porque nos últimos anos as carteiras de crédito ganharam importância dentro das instituições, no lugar das carteiras de títulos públicos. Já para as construtoras, um enxugamento do crédito acertaria a demanda, uma vez que o financiamento de longo prazo é peça importante na compra de imóveis.
Ações desses setores sofrem com medo da queda do crédito
No caso dos bancos, mais do que a alta da Selic, as medidas macroprudenciais afetariam as carteiras de crédito, afirma o superintendente de renda variável da SulAmérica Investimentos, Ricardo Maeji. "O governo pode anunciar novas medidas feitas especificamente para conter o crédito", diz Maeji. Ele cita como exemplo a exigência de capital mínimo dos bancos para financiamento de automóveis acima de 24 meses.
"É perceptível o reflexo dessa medida no balanço dos bancos do primeiro trimestre, com uma redução nesse tipo de financiamento", lembra Maeji. Ele acredita que essas ações devem continuar sofrendo enquanto houver temor de que novas medidas virão.
A alta dos juros, segundo o analista da Banif Corretora Flávio Conde, não afetou e nem deve afetar a demanda no setor imobiliário. Os juros para construção costumam seguir a Taxa Referencial (TR) mais 9% a 10% ao ano e o impacto da alta da Selic sobre a TR é muito limitado.
Segundo Conde, parte da queda dessas ações é reflexo da redução de margem das construtoras, graças ao aumento de custos de itens como aço, cimento e mão de obra, mas que é algo passageiro. Ele lembra que os lançamentos, as vendas e as receitas continuam crescendo.
Maeji vê com bons olhos as construtoras, especialmente as que atuam num nicho específico e que devem conseguir repassar os custos com mais facilidade.
Os indicadores, como preço sobre lucro (P/L, que dá ideia de quanto anos demora para o investidor ter de volta o quanto aplicou), mostram como as ações de bancos e construtoras estão depreciadas, lembra o sócio da Cultinvest Asset Management Walter Mendes. As construtoras estão com P/L médio abaixo de 8 vezes, sendo que no passado esse número era na faixa de 13 vezes. Já o P/L dos bancos está em torno de 10 vezes ante um histórico médio de 13 vezes. Mendes acredita que esses papéis devem subir no momento em que houver uma reversão nas expectativas de inflação.
Fonte: Valor Econômico.
16 de maio de 2011 - A alta da inflação e, consequentemente, o processo de aperto monetário e mais as medidas macroprudenciais estão afetando em cheio o mercado. No entanto, esse movimento não ocorre de forma homogênea na bolsa. As ações de bancos e de construtoras vêm sofrendo mais do que a maioria dos setores. A expectativa dos investidores é que a alta da Selic e as medidas macroprudenciais afetem significativamente a demanda por crédito.
Para alguns analistas, não haverá uma queda abrupta do crédito, portanto, esses papéis estão sofrendo de forma injustificada. Isso significa que essas ações podem ser uma boa oportunidade, já que devem se valorizar quando os investidores perceberem o exagero.
Um arrefecimento acentuado do crédito prejudicaria os dois setores de formas diferentes. Do lado dos bancos essa queda reduziria os lucros, até porque nos últimos anos as carteiras de crédito ganharam importância dentro das instituições, no lugar das carteiras de títulos públicos. Já para as construtoras, um enxugamento do crédito acertaria a demanda, uma vez que o financiamento de longo prazo é peça importante na compra de imóveis.
Ações desses setores sofrem com medo da queda do crédito
No caso dos bancos, mais do que a alta da Selic, as medidas macroprudenciais afetariam as carteiras de crédito, afirma o superintendente de renda variável da SulAmérica Investimentos, Ricardo Maeji. "O governo pode anunciar novas medidas feitas especificamente para conter o crédito", diz Maeji. Ele cita como exemplo a exigência de capital mínimo dos bancos para financiamento de automóveis acima de 24 meses.
"É perceptível o reflexo dessa medida no balanço dos bancos do primeiro trimestre, com uma redução nesse tipo de financiamento", lembra Maeji. Ele acredita que essas ações devem continuar sofrendo enquanto houver temor de que novas medidas virão.
A alta dos juros, segundo o analista da Banif Corretora Flávio Conde, não afetou e nem deve afetar a demanda no setor imobiliário. Os juros para construção costumam seguir a Taxa Referencial (TR) mais 9% a 10% ao ano e o impacto da alta da Selic sobre a TR é muito limitado.
Segundo Conde, parte da queda dessas ações é reflexo da redução de margem das construtoras, graças ao aumento de custos de itens como aço, cimento e mão de obra, mas que é algo passageiro. Ele lembra que os lançamentos, as vendas e as receitas continuam crescendo.
Maeji vê com bons olhos as construtoras, especialmente as que atuam num nicho específico e que devem conseguir repassar os custos com mais facilidade.
Os indicadores, como preço sobre lucro (P/L, que dá ideia de quanto anos demora para o investidor ter de volta o quanto aplicou), mostram como as ações de bancos e construtoras estão depreciadas, lembra o sócio da Cultinvest Asset Management Walter Mendes. As construtoras estão com P/L médio abaixo de 8 vezes, sendo que no passado esse número era na faixa de 13 vezes. Já o P/L dos bancos está em torno de 10 vezes ante um histórico médio de 13 vezes. Mendes acredita que esses papéis devem subir no momento em que houver uma reversão nas expectativas de inflação.
Fonte: Valor Econômico.