Bom desempenho das construtoras traz junto preocupação com custos
Na Sondagem, a expectativa de evolução dos custos registra pessimismo ou perspectiva desfavorável
22 de março de 2010 - A percepção dos empresários da construção sobre o desempenho de suas empresas melhorou e já está próxima dos patamares mais altos registrados em 2008, antes do início da crise financeira global.
Numa escala de 0 a 100 pontos, em que resultados acima de 50 denotam otimismo ou percepção favorável, o indicador que mede a percepção dos empresários sobre o desempenho atual das construtoras recebeu 57 pontos (aumento de 2,3% no trimestre e de 37,5% em 12 meses). O nível está bem próximo ao verificado em maio e agosto de 2008 (60 pontos).
Foi o que apontou a 42ª Sondagem Nacional da Indústria da Construção, realizada pelo SindusCon-SP e pela FGV, com uma amostra de 216 empresários do setor em todo o país, em fevereiro.
Em contraposição ao bom desempenho das construtoras, acentuou-se entre os empresários do setor a preocupação com uma possível alta nos preços dos insumos da construção. Na Sondagem, a expectativa de evolução dos custos cravou 44 pontos (pontuações abaixo de 50 indicam pessimismo ou perspectiva desfavorável).
Para o presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, “este resultado aponta para a responsabilidade das indústrias de insumos da construção em ampliarem sua capacidade de produção, para não permitirem que o aumento da demanda venha a pressionar os custos das obras”.
O cenário pessimista de custos futuros desenhado pelos empresários acompanha as previsões feitas por eles para a Sondagem de agosto de 2008, período de alta atividade do setor e de perspectivas de negócios crescentes.
Naquela época, verificou-se escassez de insumos e alta de preços; os empresários da construção se alarmaram. Resultado: o indicador de Perspectivas de Evolução dos Custos ficou também baixo, em 37 pontos. Depois disso, a crise mundial arrefeceu a pressão de custos, e o indicador chegou a 57 pontos em fevereiro de 2009, mantendo-se acima dos 50 pontos até agosto, declinando desde então.
A inquietação com os custos manteve inalterado em 63 pontos o indicador que mede a percepção dos empresários sobre o Desempenho Futuro das Empresas, mesmo considerando-se o excelente horizonte de negócios para este ano e também para os seguintes, algo que não se verifica desde os anos 70.
A percepção de maiores custos influenciou em alguma medida a percepção sobre as atuais Dificuldades Financeiras das construtoras, indicador que se manteve quase no nível de novembro, de 51 pontos (neste caso, é o contrário: pontuações acima de 50 denotam pessimismo ou perspectiva desfavorável).
Política econômica
A Sondagem registrou ainda a mais alta pontuação da série no indicador Expectativa de Sucesso na Condução da Política Econômica, com 58 pontos, revertendo o quadro apontado há um ano, em meio à crise, que era de apenas 41. A expectativa de crescimento econômico também se manteve no patamar de novembro.
Fonte: SindusCon - SP