Brascan: ajuda do BNDES para comprar projetos
Incorporadora entrou com um pedido para uma linha de recursos do BNDES
21 de maio de 2009 - A Brascan Residential Properties quer acesso a uma linha de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para comprar projetos de outras empresas em dificuldades.
Para isso, a incorporadora entrou com um pedido para uma linha de recursos do BNDES, enquadrando-se em um programa do banco para este fim, disse o diretor-presidente da companhia, Nicholas Reade.
Reade citou que o BNDES tem uma linha de crédito cujo objetivo é "ajudar na consolidação do setor". A linha viabiliza a venda de empresas em dificuldades, ou de uma parte de seus projetos. "Temos interesse neste momento dependendo das condições do BNDES", disse. "Já demos entrada com um pedido no banco de desenvolvimento", observou.
Empresas sem fôlego
Reade citou que há empresas que não estão conseguindo desenvolver todos os projetos previstos. Essas companhias em dificuldade tendem a admitir a entrada de novos sócios, ou então vendem alguns dos projetos.
"Esta é uma forma de levantar recursos para financiar outros projetos que eles têm", completou Reade não quis abrir o valor da linha pedida ao banco de desenvolvimento.
Segundo Reade, a Brascan estuda a possibilidade de comprar um terreno em Goiás, no Centro-Oeste do País, para construir entre 5 mil e 8 mil casas, na faixa de R$ 60 mil reais cada unidade.
Segundo o executivo, a Brascan Residential Properties avalia que é necessário captar de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões neste ano para complementar despesas que o Sistema Financeiro Habitacional (SFH) não cobre. Este valor iria completar as despesas que não são de construção, mas de vendas, explicou.
Captação
As formas para captação poderão ser diversas, disse Reade, citando securitização, operação de capital de giro com recebíveis em garantia e debêntures entre as possibilidades.
Este valor estimado para ser captado durante o ano complementaria ainda a geração de caixa da própria empresa. Reade não descarta a possibilidade de acessar recursos no mercado internacional, mas diz que não está "procurando".
Segundo ele, em razão do risco cambial não convém tomar dinheiro em moeda estrangeira para financiar projetos no Brasil. "Mas se conseguirmos levantar recursos em moeda estrangeira e fazer swap, poderia funcionar", ponderou.
Em São Paulo, a incorporadora está adaptando um projeto em Cajamar, onde já possui um empreendimento, para se encaixar no programa de habitação popular do governo federal, lançando 1.500 unidades em uma faixa de R$ 55 mil cada uma.
Fonte: Jornal do Commercio - RJ