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Brasil acelera obras do Mundial 2014

Texto: Redação AECweb

A mil dias do jogo de abertura, data a ser celebrada amanhã, as 12 cidades-sede aumentam ritmo das construções

15 de setembro de 2011 - A sexta-feira vai ser de festa nas 12 cidades-sede da Copa de 2014. Em maior ou menor escala, todas preparam eventos para marcar os mil dias para o início do Mundial. O ritmo das obras está melhorando, crescendo. Um olhar mais atento, porém, aconselha que os foguetes sejam soltos com moderação. Ainda há bastante coisa por fazer para deixar o Brasil apto a receber as melhores seleções do planeta e seus milhares de torcedores.

O governo brasileiro divulgou ontem balanço da preparação do País. O tom, como manda tais ocasiões, foi otimista. Apesar disso, há preocupação. As obras de mobilidade urbana causam inquietação e obrigam até a mudança de rota (leia abaixo). Aeroportos, portos e mesmo alguns estádios ainda não atingiram a velocidade desejada.

É fato que todas as arenas já estão em construção ou reforma. O ritmo é que não é uniforme. Se há casos como o do Mineirão, que proclama ter 80% da terraplenagem concluída, bem como 40% da fundação externa e 70% da interna - o cronograma está sendo obedecido e esse foi um dos fatores que levaram a Fifa a escolher a cidade para receber o evento oficial dos mil dias; o outro é o bom estágio das obras de mobilidade -, também tem quem ainda engatinhe, como a Arena das Dunas, em Natal, que demorou para começar a caminhar e o faz a passos curtos.

Mesmo assim, o governo mantém a previsão feita pela presidente Dilma Rousseff há duas semanas, de que nove estádios serão entregues até o final de 2012.

Um ritmo que cresceu bastante é o de viabilização da linha de crédito do BNDES para as arenas. No balanço de ontem, foi destacada a assinatura de contratos no valor de R$ 2,3 bilhões. Cada arena pode emprestar até R$ 400 milhões. Tudo indica que os trabalhos nos estádios serão acelerados. Não há essa garantia, pelo menos no momento, em relação à maioria das 49 intervenções de mobilidade urbana.

Incertezas

O governo federal considera que só cinco cidades iniciaram as obras - Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre, Cuiabá e Recife. Mas diz ter à disposição R$ 30 bilhões como combustível para que tudo seja concluído a tempo. Se os prazos serão cumpridos, é uma incógnita, apesar da uniformidade do discurso, otimista, dos governantes.

Os aeroportos são outro motivo de insônia. Apenas oito dos 13 aeroportos das cidades-sede tiveram iniciadas as obras de melhorias. Só um, o de Viracopos, em Campinas, teve as intervenções concluídas. E nesta semana as obras para a construção de um novo terminal em Cumbica foram paralisadas pela Justiça, por falta de licitação.

Sem contar que os "mil dias"" deverão ser marcados também por uma greve. Os operários do Maracanã pararam pela segunda vez - já completam 15 dias de braços cruzados - e pelo jeito só o julgamento, amanhã, pelo Tribunal Regional do Trabalho, do movimento, mudará o quadro.

O custo da Copa é outra incerteza, pois os cálculos variam de acordo com quem os faz. O Portal da Transparência, por exemplo, estima que serão gastos R$ 23,4 bilhões. Em rota oposta, a Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib) sustenta que a conta ficará no mínimo em R$ 112 bilhões.

O controle dos gastos parece difícil. Há maneiras de fiscalizar. Uma delas é recorrer à internet. São vários os portais que vigiam a Copa. O próprio governo lança o seu amanhã (leia quadro) e promete total transparência.

Fonte: Estadão

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