Brasil precisa dobrar ritmo para atingir meta
Sinduscon ressalta que é preciso aumentar a produtividade no setor da construção
16 de março de 2011 - Para alcançar a meta de construir cerca de 23 milhões de moradias até 2022, para suprir o deficit habitacional, o Brasil precisa dobrar o ritmo de construção, de acordo com o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon).
O sindicato destaca que, em 2009, foram feitas cerca de 1 milhão de habitações, pelos dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados foram apresentados em São Paulo na apresentação da 19ª Feira Internacional da Construção (Feicon Batimat), que ficará aberta até sábado na capital paulista.
Nesse contexto, o Sinduscon ressalta que é preciso aumentar a produtividade no setor, o que demanda investimento em qualificação dos profissionais.
"Isso inclui a pré-escola e o ensino fundamental", diz Eduardo Zaidan, diretor do Sinduscon. "Hoje, já se fala em projetar edifícios em 3D (terceira dimensão) para reduzir desperdícios.
Será inconcebível um mestre de obras que não saiba interagir com uma tecnologia como essa", completa o diretor.
O Brasil precisará de R$ 3 trilhões até 2022 para construir as 23 milhões de moradias, de acordo com o Departamento da Indústria da Construção da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Além disso, o departamento prevê que, em igual período, sejam investidos R$ 2 trilhões em infraestrutura, em recursos tanto públicos quanto privados.
O Brasil, de acordo com o departamento da Fiesp, encontra-se abaixo da média mundial no quesito qualidade geral de infraestrutura, com nota 3,8. A média global é 4,3, em escala que vai até sete.
Copa e Olimpíada
"Não sabemos planejar, infelizmente. Vamos ter que aprender urgentemente para fazer uma Copa e uma Olimpíada brilhantes", diz Maria Luiza Salomé, diretora do departamento.
O setor de materiais de construção deve ter faturamento com vendas 8,5% maior este ano do que em 2010, de acordo com a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco). Em 2010, o segmento faturou R$ 49 bilhões, com expansão de 10,6% sobre o valor de 2009.
"Um crescimento sobre o desempenho do ano passado é bastante positivo e reflete as boas perspectivas para o setor", disse Cláudio Conz, presidente da Anamaco.
Conz também revelou que há relatos de falta de material de base, como areia e blocos de concreto, na região de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo. "A falta é um problema, mas, por outro lado, é indicador de mercado aquecido", disse.
Fonte: Jornal do Commercio - RJ