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Brasil precisará aplicar na habitação cerca de R$ 3 trilhões até 2022

Texto: Redação AECweb

País terá que investir, em média, R$ 255 bilhões por ano com a construção de novas moradias e reformas

26 de novembro de 2010 - Planejar nunca foi um dos pontos fortes do Brasil. No entanto, parece que desta vez, diante dos enormes desafios quanto à infraestrutura, não existe outra opção para os empresários que, por isso, resolveram apresentar propostas para resolver o assunto. Apenas em habitação, o Brasil precisará investir, em média, R$ 255 bilhões por ano até 2022, com a construção de novas moradias e reformas, estima a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

A entidade prevê que, se a econoia continuar crescendo, e com a expectativa de que a área habitacional mantenha um desenvolvimento acelerado - mas que passe a ter um perfil mais sustentável -, é possível dizer que em 12 anos estaremos com um déficit habitacional como o de países desenvolvidos. Para isso, porém, será preciso investir, e pesado, na construção de 17,5 milhões de unidades habitacionais, o que deverá, grosso modo, envolver um investimento da ordem global de R$ 3 trilhões, em uma conta para os próximos 12 anos.

A entidade resolveu sair na frente e, ao representar a iniciativa privada, toma as rédeas no sentido de tentar apresentar, pela primeira vez no País, um plano estruturado que busca desenhar os próximos anos do ponto de vista operacional na área de moradias. A ideia é apresentar ao governo federal, na próxima semana, o resultado de um trabalho que demandou quatro meses de apuração: uma pesquisa realizada a pedido da Fiesp pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em que foram levantadas as questões mais importantes para a construção civil brasileira.

O resultado apresenta o que o País precisará, para atender a forte demanda que começa a se desenhar para os próximos anos em termos de moradia, de projetos sustentáveis, para evitar a todo custo um cenário de bolha imobiliária - que inclusive desencadeou a crise norte-americana no ano passado.

Momento determinante

De acordo com João Claudio Robusti, diretor da Fiesp, além de empresário e especialista no ramo de construção, que tem inclusive no currículo a função de ter presidido recentemente o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon), o Brasil vive hoje um momento determinante para o setor habitacional. Para ele, em termos de crescimento e projetos futuros, há muito que se pensar, e pela primeira vez a iniciativa privada se organiza em um planejamento que será debatido com o novo governo, para que arestas -como falta de mão de obra, tributação excessiva e encargos fora do possível, além de outros entraves- possam ser eliminadas, gradativamente.

A meta é o Brasil alcançar o projeto de minimizar ao máximo a questão da falta de moradias. "Desenhar um programa habitacional a longo prazo era difícil imaginar, e é um grande passo. Por outro lado, a estabilidade da economia e a indicação de que haverá um aumento da renda da população, além do crescimento da infraestrutura do País, que parece certa, nos mostra que é possível, sim, planejar a longo prazo, desde que isso seja feito com cautela", ressaltou ele, em entrevista ao DCI.

Para Robusti, é preciso ter claro no mercado que a demanda irá existir, mas se fará necessária uma coordenação, um trabalho realizado de maneira organizada, com projetos claros e sustentáveis - e essa parece ser realmente uma das maiores preocupações dos empresários do ramo -, no sentido de tornar esse setor cada vez mais profissionalizado.

Fonte: DCI - SP

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