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Burocracia da Caixa preocupa construtoras

Texto: Redação AECweb

Greve de engenheiros, advogados e arquitetos da CEF, além do critério de avaliação dos imóveis, deixam construtoras receosas quanto ao andamento do programa habitacional

09 de junho de 2009 - O otimismo das construtoras em relação ao pacote habitacional do governo é grande. Mas a preocupação em relação aos problemas burocráticos que possam surgir no caminho e atrapalhar o andamento do programa aumenta quase na mesma proporção.

A greve de engenheiros, advogados e arquitetos da Caixa Econômica Federal iniciada em abril, em plena fase de aprovação de novos projetos, não é bem-vinda pelas empresas.

Os discursos divergem. "A greve ainda não atrapalha, porque na primeira fase, a análise das obras é terceirizada", afirmou Valter Nunes, superintendente da regional paulista da Caixa Econômica Federal em evento sobre o setor na BM&FBovespa. "Mas ela tem de acabar", admitiu.

O presidente da Rodobens Negócios Imobiliários, Eduardo Gorayeb, tem outra avaliação. "Não dá para mensurar, mas a greve atrapalha, sim", disse. "Ainda que seja terceirizado, falta um interlocutor na Caixa e tudo fica mais devagar."

Além da greve, o critério de avaliação dos imóveis, segundo Gorayeb, ainda é tema de discussão entre as empresas e a Caixa Econômica Federal.

O problema histórico de subavaliação dos imóveis pela instituição continua acontecendo, na visão do executivo, cujo discurso está em linha com outros empresários da construção. "Há boa vontade e esforço, mas a burocracia ainda é o grande gargalo do programa", diz o presidente da Rodobens.

A cada trinta dias, a Caixa se reúne com as construtoras para entender onde estão os principais problemas. Segundo Nunes, a Caixa está fazendo um projeto piloto, batizado de "sala corporate" com as 25 maiores construtoras do país. Embora a instituição seja dividida em 78 superintendências, a ideia é que haja uma centralização do relacionamento das empresas com a engenharia, por exemplo.

Um dos avanços da Caixa depois do programa "Minha Casa, Minha Vida" foi a possibilidade de aprovação de um mesmo projeto em superintendências diferentes. "Antes, a empresa aprovava um projeto em uma cidade, e não conseguia a aprovar o mesmo projeto em outra", diz Gorayeb.

Uma das metas estipuladas pelo governo é a simplificação da aprovação de um processo pela CEF, que levava até cinco meses, para 30 dias. "Além de haver um envolvimento com as prefeituras, reduzimos de 242 itens avaliados para cerca de 50", explica Nunes. Segundo o executivo, não houve necessidade de ampliar o quadro de funcionários. "Já tivemos um reforço de estrutura por conta do PAC."

Atualmente, a CEF tem 400 empreendimentos em análise, num total de cerca de 70 mil unidades, dos quais 26 mil na faixa de zero a três salários mínimos, que concentra 60% do programa e onde o subsídio é integral.

De janeiro a maio deste ano, o volume de crédito imobiliário concedido pela Caixa Econômica Federal somou R$ 13 bilhões e deve chegar a R$ 30 bilhões no ano. As conversas com o governo paulista e a CDHU estão avançando, segundo Nunes. "Já estamos discutindo os primeiros empreendimentos que trarão para a CEF."

Fonte: Valor Econômico

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