Caixa lucra R$ 2,3 bilhões, com destaque para o financiamento habitacional
Carteira de crédito cresceu 38% e encerrou junho em R$ 205,9 bilhões. Destaque foi o financiamento habitacional, com expansão de 49%, para saldo de R$ 129,3 bilhões.
12 de agosto de 2011 - Caixa Econômica Federal registrou lucro líquido de R$ 2,3 bilhões no primeiro semestre do ano, crescimento de 36,4% ante igual período do ano passado, e sua carteira de crédito mostrou expansão de 38%, para R$ 205,9 bilhões, com destaque para o financiamento habitacional, que aumentou 40%."Estamos crescendo no crédito mantendo a qualidade da carteira", comemorou o presidente da instituição, Jorge Hereda.
A taxa de inadimplência fechou junho em 2%, um pouco abaixo dos 2,1% do encerramento do primeiro trimestre do ano. Nos empréstimos para aquisição de casa própria, chama a atenção a fatia abocanhada por pessoas de menos de 35 anos de idade, que representavam 42% do total em dezembro e agora já são 55%.
"O indicador, para atrasos acima de 90 dias, fechou junho em 2%, pouco abaixo dos 2,1% do primeiro trimestre do ano. "Estamos crescendo no crédito mantendo a qualidade da carteira", disse ele, em entrevista à imprensa. Para 2011, a meta do banco é crescer 30% no crédito.
Os ativos totais do banco público encerraram junho em R$ 937,2 bilhões. As receitas de prestação de serviços somaram R$ 6,1 bilhões no semestre, alta de 24%.
MINHA CASA MINHA VIDA
Caixa liberou R$ 12,6 bilhões no programa Minha Casa Minha Vida 2 neste ano até junho, segundo o banco público. Ao todo, 550 mil pessoas tomaram financiamento e o programa financiou a construção de 167 mil novas moradias. Neste segundo semestre, a ênfase do Minha Casa, Minha Vida será financiar imóveis para o público com faixa de renda de 0 a 3 salários mínimos, de acordo com o presidente da Caixa, Jorge Hereda.
Para esta faixa, o programa estava travado, com o mercado aguardando a definição de novos valores para os imóveis. "O programa não parou. Já fizemos 200 mil contratos neste ano", disse Hereda.
PROGRAMA SERÁ REVISTO
A secretária Nacional de Habitação, Inês Magalhães, afirmou durante o 83° Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), em São Paulo, que houve debate prévio com o setor para definição dos ajustes de preços na segunda etapa do Minha Casa Minha Vida. Ela reconheceu que há particularidades que precisam ser analisadas e solucionadas, como é o caso da cidade de São Paulo.
Inês defendeu ainda a importância da manutenção de programas que atendam à classe C e de incentivos a parceria entre o poder público e privado. Na avaliação da secretária a redução de custos está entre os principais desafios nesta nova etapa do programa. A secretária destacou que o governo está trabalhando para baratear os custos de todo o ciclo da construção e, assim proporcionar a participação do maior número possível de empresas no programa.
Também foram discutidos os preços fixados e a viabilidade do programa, que ainda tenta conciliar os interesses dos peque¬nos empresários e das médias e grandes empresas.
BRASILEIRO COMPRA MAIS CEDO
O crescimento do mercado imobiliário do País tem colaborado para que os brasileiros consigam comprar a casa própria cada vez mais cedo. A idade média dos mutuários de financiamentos imobiliários tem caído consideravelmente ao longos dos últimos anos. A Caixa Econômica Federal, banco que financia a compra de cerca de 75% dos imóveis do País, informou que, até o fim do ano passado, 42% dos mutuários do banco tinham menos de 35 anos de idade. No primeiro semestre deste ano, o percentual subiu para 55%.
Assim como os jovens, mutuários da chamada classe C, com renda familiar mensal entre R$ 1.115 e R$ 4.807, também têm aumentado a participação nos financiamentos. Em 2001, respondiam por 26% dos contratos com uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Este ano, já são 80%.
Os dados foram apresentados nessa quinta-feira pelo vice-presidente de Governo e Habitação da Caixa, José Urbano Duarte, durante a divulgação do balanço semestral do banco. Para ele, a melhora das condições de financiamento e da economia nacional são as causas da mudança, as pessoas estão conseguindo comprar sua casa mais cedo e, também, estão com mais coragem para assumir um compromisso de longo prazo. Isso é confiança na economia", disse Duarte.
A melhora nas condições de financiamento se deve, em parte, à maior oferta dessa modalidade de crédito. Só a Caixa, por exemplo, aumentou 18 vezes o volume de recursos destinados às operações desde 2003. Naquele ano, o banco financiou R$ 5,1 bilhões em imóveis. Este ano, espera financiar mais de R$ 90 bilhões. Só nos últimos 12 meses, a carteira de crédito imobiliário da Caixa cresceu 48,8%, chegando a R$ 129,3 bilhões. Desde janeiro, foram contratados R$ 45 bilhões em financiamentos, de acordo com o presidente do banco, Jorge Hereda.
Ele disse que a carteira de crédito total da Caixa cresceu 38% em 12 meses, atingindo R$ 205,9 bilhões. O crescimento, principal responsável pelo lucro de R$2,3 bilhões do banco no primeiro semestre do ano, deve ser mantido, mes¬mo com um possível agravamento da crise mundial.
Hereda garantiu que a Caixa está preparada para enfrentar a crise. Segundo ele, assim como em 2008, o banco analisa a possibilidade de ampliar a concessão de empréstimos caso os bancos privados reduzam o crédito. "Não vamos antecipar uma crise que ainda não chegou, mas, se os bancos privados recuarem, nós vamos ganhar mercado", disse.
Fonte: Jornal do Commercio