Caixa quer elevar em 30% liberação de verba para habitação no Mato Grosso do Sul
Meta da superintendência é destinar R$ 1,3 bilhão em financiamentos para casas este ano
10 de fevereiro de 2011 - A Caixa Econômica Federal espera liberar este ano R$ 1,3 bilhão em crédito imobiliário em Mato Grosso do Sul. O volume é 30% maior que do ano anterior. A meta foi acordada entre o superintendente estadual da instituição, Paulo Antunes de Siqueira e a cadeia produtiva do setor imobiliário durante evento promovido pelo CRECI/MS (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul) na noite de terça-feira, 8 de fevereiro, no auditório do CREA (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia).
No ano passado a meta lançada durante o Ciclo de Palestras do CRECI/MS, de atingir R$ 1 bilhão em financiamentos, foi atingida. Doze mil imóveis foram financiados, empreendimentos que geram apenas na construção 60 mil empregos diretos e indiretos. Neste ano de 2011, somente ao longo do mês de janeiro,a Caixa já recebeu das construtoras projetos de 14 mil imóveis que somam R$ 1 bilhão e estão sob análise. Estes projetos são encaminhados para a instituição, para que, depois de prontas, as unidades possam ser financiadas aos compradores.
Paulo Antunes apresentou o cenário econômico do País que favorece atingir números tão expressivos. Em 2011 a previsão é que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro cresça 7,5%, o melhor desempenho dos últimos 25 anos. A estabilidade econômica e política fazem do País vedete no mercado internacional e o aumento do nível de emprego e renda da população tende a manter aquecidos os negócios no setor imobiliário. A isso se somam os investimentos do Plano de Aceleração do Crescimento e Programa Minha Casa Minha Vida II, com previsão de mais dois milhões de novas unidades habitacionais.
De pouco mais de R$ 1 bilhão financiados em 2010, R$ 738,5 milhões foram em unidades do Minha Casa Minha Vida. Porém, Paulo Antunes lembrou os construtores que é preciso fazer uma reflexão para não perder o foco. Hoje o déficit habitacional em Mato Grosso do Sul é estimado em 45 mil unidades, das quais quase 90% entre famílias com renda de até 3 salários mínimos. Porém, a maior parte dos empreendimentos lançados é para o público com renda superior. No ano passado, 76,9% das contratações eram para pessoas com renda superior a 3 salários mínimos e neste ano, 85,53% dos projetos em andamento são para este público. O superintendente adiantou que o governo deve aumentar o valor do imóvel para famílias com renda de até três salários mínimos, mas o setor produtivo precisa repensar o público-alvo.
Outro assunto bastante discutido foi o cartão-aluguel, que efetivamente deve começar a ser utilizado em meados de março. Sem a necessidade de fiador, fator limitador para a maioria dos pretensos locatários, a expectativa é que o mercado se aqueça, segundo o presidente do CRECI/MS, Eduardo Francisco Castro: "Os negócios podem aumentar em até 50%", acredita. O contratante do cartão pagará anuidade de R$ 96,00, taxa de 6,67% pelo financiamento do aluguel e as imobiliárias, que precisam ser correspondentes da Caixa, terão de recolher taxa de 1,5% sobre o valor da transação. O cartão assegura o pagamento de 12 alugueis mas, se houver atraso de pagamento, no segundo mês o locatário não pagar a imobiliária terá que dar entrada na ação de despejo por inadimplência. Se decorridos os 30 dias de processo, o inquilino não acertar os valores, o cartão garante o pagamento até o término dos 12 meses. Outro produto que passará a ser trabalhado pela Caixa é a linha hipotecária, uma forma da pessoa que tem mais de um imóvel residencial ou um imóvel comercial levantar capital de giro de forma rápida e com taxa de 18% ao ano mais TR.
Fonte: Correio do Estado - MS