Câmara Brasileira da Construção quer melhorar imagem do setor
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Presidente do CBIC defendeu o setor na abertura do 85º Enic (Encontro Nacional da Indústria da Construção)
04 de outubro de 2013 - O presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Paulo Safady Simão, defendeu que o setor assuma um debate amplo na sociedade para deixar de ser visto como vilão. Ele propôs discutir a possibilidade de criar um sistema de autorregulamentação do setor.
Em discurso na abertura do 85º Enic (Encontro Nacional da Indústria da Construção), em Fortaleza (CE), em 2 de outubro, o presidente da CBIC também fez uma defesa veemente do setor contra o que chamou de “ações atabalhoadas de fiscais do trabalho que interditam obras sem motivos” e contra “um grupo que tem pregado a demonização da terceirização”.
Simão propôs que a construção civil assuma uma posição mais proativa, em vista dos desafios que ainda enfrenta, como excesso de burocracia, legislação trabalhista ultrapassada, morosidade de licenciamentos etc. “O Brasil mudou. E mudou para melhor. Mas qual o nosso papel nesse cenário? Queremos ser protagonistas ou reféns das mudanças?”, provocou.
Minha Casa - Já o presidente da Caixa, Jorge Hereda, anunciou que em 26 de setembro o programa Minha Casa, Minha Vida atingiu 2,9 milhões de contratos assinados. “Peço desculpas à ministra [Miriam Belchior], por divulgar a informação antes dela, mas não resisti”, acrescentou, ao reafirmar os números do crédito imobiliário anunciados recentemente.
Ele considerou o Enic como um verdadeiro exercício de reflexão que nos mostra como o país mudou nos últimos dez anos. “E a Caixa vê esses avanços em números. O que fazíamos em um ano em 2003, hoje fazemos em 9 ou 10 dias”, disse.
“O governo tomou a decisão certa quatro anos atrás e os números do Minha Casa, Minha Vida falam por si”, afirmou a ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior. “Não foram poucas as mudanças de lá para cá. Hoje, podemos comemorar a entrega de 1,3 milhão de moradias pelo programa. Isso representa que atendemos 5 milhões de pessoas, o equivalente às populações das cidades de Fortaleza e Salvador reunidas”, disse.
A ministra, que representou a presidente Dilma Rousseff na cerimônia, ressaltou que, em 2007, com o lançamento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a economia ganhou um “terceiro motor”: os investimentos em infraestrutura. “Agora, se um dos três motores que temos hoje em nossa economia (exportações, mercado interno e investimentos em infraestrutura) falhar, temos outros dois para seguir adiante.”
Entre os principais exemplos da retomada da economia, a ministra citou que já foram feitos 5 mil quilômetros de novas rodovias ou em duplicações de rodovias existentes; 1,5 mil quilômetros de novas ferrovias; 19,4 mil megawatts de energia, o suficiente para abastecer a cidade de São Paulo ou a Argentina inteira.
Redução de impostos - Anfitrião do evento, o presidente do Sinduscon-CE, Roberto Sergio Ferreira, chamou a atenção para obras de infraestrutura relevantes que estão em andamento no Estado, mas pediu por mais atitudes do governo. “Precisamos abandonar o ‘eu faço’ e partir para o ‘nós construímos’. Podemos crescer mais e para tanto precisamos de uma redução de impostos”, declarou, ao propor um pacto federativo, com uma diminuição de 5% em tributos.
Já o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, prometeu discutir “um a um” os tópicos mencionados nos discursos de Simão e Ferreira. Em relação ao Minha Casa, Minha Vida, Ribeiro afirmou que “não se trata de um programa temporário”. Para ele, “o MCMV é um programa de Estado” que, no passado, “nos deu muito orgulho”. No presente, o programa “pertence a todos os brasileiros” e, no futuro continuará sendo brilhante. “Ele é perene porque pertence ao povo. E vai seguir em frente.”
Entre os avanços que citou, o ministro destacou a mobilidade urbana e o saneamento. Segundo ele, o governo já investiu R$ 90 bilhões em contratos e em obras de mobilidade e anunciou outro pacote de mais R$ 50 bilhões. Ribeiro também confirmou que o governo lançará nos próximos dias o Plansab, que buscará reverter o atraso neste segmento no país.
O governador do Ceará, Cid Gomes, destacou a parceria do Estado com a União. Segundo ele, em 1997, quando começou a carreira política como prefeito, o governo federal investiu R$ 8 bilhões no país. “Hoje, só o Ceará tem em parcerias com o governo federal R$ 8 bilhões”, comentou.
Presenças - Entre as autoridades presentes estavam ainda o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio; o presidente da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade (CGDC), Jorge Gerdau; Tim Gomes, vice-presidente da Assembleia Legislativa do Ceará; Inácio de Arruda, senador (PCdoB-CE); Manoel Valarim, presidente da Confederação Internacional das Associações de Construtores (Cica); e Paulo Afonso Ferreira, vice-presidente da CNI.
Pelo SindusCon-SP, participaram da cerimônia Cristiano Goldstein, vice-presidente Administrativo e Financeiro; Paulo Sanchez, vice-presidente de Tecnologia e Qualidade; Luiz Antônio Messias, vice-presidente de Obras Públicas; e Elcio Sigolo, gerente de Produção e Mercado.
Promovido pela CBIC, o encontro organizado pelo Sinduscon-CE propôs debater “O futuro que vamos construir juntos”. O evento se encerra hoje, 4 de dezembro.
A cobertura completa do Enic estará na edição de novembro da revista Notícias da Construção.