menu-iconPortal AECweb

Camuflagem sísmica impede que prédios desmoronem em caso de terremoto

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

O método é baseado na primeira Lei de Newton, segundo a qual um objeto em repouso (ou em movimento uniforme) tende a permanecer nesse estado

foto do sistema antiterremoto camuflagem sísmica
Hoje, a maioria dos arranha-céus do planeta são equipados com algum sistema antiterremoto (Foto: Taipei 101/Reprodução)

08/02/2023 | 11:02 –  Camuflagem sísmica é o nome dado aos sistemas que impedem que grandes prédios desmoronem em caso de terremoto. Aplicado em 2004 para o edifício Taipei 101, em Taiwan, o equipamento funciona sob uma premissa simples — a Lei da Inércia, de Newton, que presume que todo objeto em repouso (ou em movimento uniforme) tende a permanecer nesse estado.

Leia também

Norma Regulamentadora sobre trabalho em altura entrará em vigor em julho
Índice de custos da construção civil cai em janeiro
Edificações de até dois pavimentos ganham norma para paredes de concreto celular

Assim como a Turquia — onde foi registrado um abalo sísmico de magnitude 7,8 na escala Richter, no fim de janeiro, responsável pela morte de mais de 3 mil pessoas — Taiwan é um dos locais mais propensos a terremotos no planeta. Mesmo com esse cenário, o país ainda abriga alguns dos maiores edifícios do mundo.

Isso só é possível porque eles utilizam a camuflagem sísmica. No caso do Taipei 101, a metodologia utilizada baseia-se em uma esfera de 5,5 metros de diâmetro, feita de 41 círculos de ferro soldado, que pesa 728 toneladas. Ela fica suspensa por cabos no andar 87 do edifício (que tem um total de 101 níveis). Nas laterais, há um sistema de amortecedores, cheio de óleo, que impede que a movimentação atinja a estrutura do edifício.

Aplicando a Lei da Inércia, a premissa do sistema é simples. Em caso de terremoto, se o prédio se move para esquerda, a bola suspensa quer permanecer no mesmo lugar e faz força para direita. Quando o prédio se move para direita, a bola suspensa quer permanecer no mesmo lugar e faz força para esquerda. Dessa forma, o peso do prédio é compensado e ele não desaba. Assim, a esfera se mexe de um lado para o outro e os amortecedores impedem que ela colida com o próprio prédio, evitando danos também no interior.

Hoje, a grande maioria dos arranha-céus do planeta são equipados com algum sistema antiterremoto — seja o da esfera, ou outro. Isso porque os movimentos na crosta terrestre (as placas tectônicas), que provocam os abalos sísmicos, são imprevisíveis.

A Turquia, por exemplo, situa-se em uma região de encontro de duas placas tectônicas, a placa Turca. O abalo que apavorou o país há alguns dias foi fruto de uma movimentação de mais de três metros em alguns lugares do país, que destruiu mais de 5,6 mil prédios.

Apesar da legislação turca já ter implementado regras de construção que solucionassem esse problema, em 1999, muitos dos edifícios foram construídos em anos anteriores à determinação, e, portanto, não possuíam camuflagem sísmica alguma.

Com informações do G1.

x
Gostou deste conteúdo? Cadastre-se para receber gratuitamente nossos boletins: