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Certificados imobiliários reagem e superam R$ 1,9 bi

Texto: Redação AECweb

No período de janeiro a outubro deste ano foram registradas 42 operações de emissão de CRI

14 de outubro de 2009 - O mercado de Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) está voltando a ficar aquecido com a retomada das vendas de empreendimentos imobiliários.

De acordo com dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), as ofertas registradas deste ativo somam R$ 1,909 bilhão em 2009.

No período de janeiro a outubro deste ano foram registradas 42 operações de emissão de CRI. Em 2008, foram 72 operações, com volume de R$ 4,909 bilhões. O estoque dos ativos no Balcão Organizado de Ativos e Derivativos (Cetip) totalizou, até ontem, um montante de R$ 9,2 bilhões.

"O CRI passou a ser uma alternativa real para o financiamento dos empreendimentos imobiliários; no passado esse universo era muito restrito, e não era utilizado pelas construtoras", explica Carlos Ferrari, advogado do Lobo & de Rizzo Advogados.

O futuro do ativo é promissor, segundo Ferrari, por conta de queda da taxa básica de juros, que hoje é de 8,75% ao ano, e por motivos como mudanças na legislação. "A taxa de juros reduz a atratividade do CRI se estiver alta. Tem sido claro o próprio conhecimento e maturidade da regulamentação. A legislação que tem hoje elevou o nível do CRI", diz.

Além dos motivos já salientados pelo especialista, outra fonte de aquecimento na demanda dos ativos é a forma que as companhias brasileiras estão se adequando aos recebíveis. "Hoje, existem empresas que estão exclusivamente se focando em financiar suas atividades com antecipação de CRI. Isso traz ao mercado um número de operações bem maior do que se tinha no passado", acrescenta Ferrari.

Vale destacar que a queda na taxa de juros ainda prejudica o mercado secundário do ativo. "O CRI começou a alcançar a maturidade do papel. Estamos caminhando para um aquecimento dos recebíveis", afirma Ferrari.

O grande desafio do CRI é ter, por se tratar de um investimento de renda fixa, uma demanda mais restrita pelo simples fato de os investimentos em renda variável estarem em pleno crescimento, principalmente as aplicações na Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&F Bovespa), que, segundo especialistas, ainda têm espaço para valorização no próximo ano.

A disputa em 2010 deverá ser intensa entre a renda variável e fixa, mas Ferrari destaca que o mercado deve continuar forte tanto para o encerramento de 2009 quanto para o próximo ano.

"Acho que em 2010 teremos um mercado de crédito bastante forte, com um cenário de emissões bem fortalecido. O que mais tem atraído o público é o CRI, mantendo o mercado bem aquecido para 2010", acredita Ferrari.

Renda Fixa
Dentro do mercado de renda fixa existem ainda os títulos de debêntures - emissão de dívida - e de notas promissórias. Segundo dados da Associação Nacional de Bancos de Investimento (Anbid), o mercado de renda fixa movimentou, de janeiro a setembro de 2009, R$ 35,624 bilhões, com 202 operações.

As captações de longo prazo via emissão de debêntures nos nove primeiros meses do ano, excluindo as emissões de leasing, passaram de R$ 7,1 bilhões em 2008 para R$ 15,7 bilhões, apresentando aumento de 121,1%.

De acordo com a associação, os recebíveis imobiliários somam R$ 2,193 bilhões em 2009, com 74 operações, o pior volume entre as opções do mercado de renda fixa. A maior emissão por volume financeiro no ano ficou com as debêntures, com montante de R$ 15,715 bilhões em 32 operações, seguido pelas notas promissórias, com volume de R$ 14,372 bilhões, com 56 emissões. Em terceiro, com 40 operações e volume de R$ 3,344 bilhões está o Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (Fidc).

A pessoa física também sente maior atração pelas debêntures. Com isso, foram registradas 4.680 pessoas físicas nas operações do ativo em 2009, correspondendo a R$ 979 milhões dos R$ 14,876 bilhões de distribuição das ofertas.

A maior emissão ficou por conta da InBev, que fez uma captação de R$ 22 bilhões em debêntures. A segunda maior foi da Bradespar, braço financeiro do Bradesco, com volume financeiro de R$ 800 milhões.

Fonte: DCI - SP

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