Cidade do Rio de Janeiro aposta em prédios sustentáveis
Construções que reutilizam a água e reduzem gastos com energia são incentivadas.
03 de janeiro de 2011 - A tecnologia de ponta do Centro de Operações Rio, inaugurado na última sexta-feira, tem um significado que vai além do monitoramento e gerenciamento das atividades na cidade. Por conta de soluções modernas de engenharia, que diminuem o consumo de energia, o secretário municipal de Conservação, Carlos Roberto Osório, classifica a construção de prédio inteligente e sustentável. Hoje, o conceito ambientalmente correto é perseguido por várias construtoras e empreendedores. Dois hospitais da Barra, que estão em obras, têm consultorias para obter selos verdes. E a prefeitura já prepara um pacote de normas para incentivar este tipo de empreendimento.
Uma força-tarefa foi montada pelas secretarias municipais de Meio Ambiente e de Urbanismo para criar as novas regras. “Todo Centro de Controle é bacanérrimo. O prédio é inteligente, eficiente e tem o menor custo operacional possível”, diz Carlos Roberto Osório.
Entre as mais importantes medidas de sustentabilidade do Centro de Controle, estão as luminárias de baixíssimo consumo, com luminosidade calibrada para cada ambiente. O sistema de refrigeração também segue o mesmo princípio e não precisa de água. E há ainda medidas de economia de água, como caixas acopladas nas estações sanitárias e captação das chuvas.
Na Avenida Ayrton Senna, a Unimed ergue um hospital com certificação verde. Para entrar no canteiro de obras, os veículos passam por um tanque para retirar a terra presa nas rodas. O investimento é de R$180 milhões. A unidade terá 210 leitos e 10 centros cirúrgicos.
“Há várias explicações para investirmos num prédio sustentável. A longo prazo, também teremos um empreendimento mais econômico no que se refere à operação”, afirma Rudiner Panisset, gerente de engenharia da Unimed-Rio.
A iluminação também é um destaque do hospital por seu alto rendimento. A água da chuva é reutilizada e toda a madeira certificada. A refrigeração consome menos e os vidros diminuem a entrada de calor. Com as medidas, o hospital deve obter o selo prata do United States Green Building Council, que leva em conta, entre outras coisas, economia de energia, eficiência do uso de água, redução na emissão de CO2.
O Green Building Council estabeleceu os padrões para o Hospital das Américas - da construtora Fator Towers e da incorporadora Fator Realty - que está sendo erguido atrás da Subprefeitura da Barra. Com um investimento de R$300 milhões, a unidade será inaugurada em 2011. O projeto ganhou o prêmio Destaque Ademi 2010, na categoria Sustentabilidade na Construção.
Nas fachadas, houve preocupação com eficiência energética e com acústica, garantindo menor consumo de energia. Além de armazenar água da chuva, também terá um poço artesiano. Descargas e torneiras terão timer, as lâmpadas serão de baixo consumo e o lixo hospitalar passará por coleta seletiva. Cerca de 70% do lixo da obra já são destinados à reciclagem. Além disso, 1,3 mil mudas de árvores serão plantadas. O hospital ajudará na preservação do jacaré-do-papo-amarelo, do calango-de-cauda-verde, das garças-brancas e do biguá.
Fonte: O Globo - RJ