Cidade flutuante será construída na Coreia do Sul
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Projeto Oceanix City, como foi batizado, deverá acomodar até 10 mil pessoas
As obras da cidade flutuante devem começar no início de 2022 e terminar em 2025 (Foto: Oceanix City/Divulgação)
13/12/2021 | 17:30 – A Coreia do Sul anunciou, na última sexta-feira (10), que irá construir uma cidade flutuante, completamente sustentável, no mar coreano. O projeto, batizado de Oceanix City, foi elaborado em 2019 e terá suas obras iniciadas no começo de 2022. A conclusão está prevista para 2025. Quando finalizado, o complexo integrará a cidade de Busan, a 320 km da capital Seul.
A arquitetura foi concebida para acomodar 10 mil residentes, dispostos ao longo de 75 hectares de plataformas interconectadas e flutuantes. O projeto surgiu como uma solução para alguns problemas que assolam a cidade asiática, como as inundações recorrentes, as tempestades, o grande crescimento populacional, a elevação do nível do oceano e a erosão costeira. A própria ONU descreveu o litoral sul da país, onde fica Busan, como altamente vulnerável às mudanças climáticas e ao aumento do nível do oceano. Corroborando a declaração, o Greenpeace emitiu uma alerta para uma das praias coreanas: a de Haeundae, uma das mais famosas do país, que pode desaparecer até 2030 graças à erosão costeira.
Para tornar o projeto realidade, o Grupo Oceanix firmou compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, a própria cidade de Busan e a ONU Habitat — a agência de desenvolvimento urbano das Nações Unidas. Assim, em parceria com o escritório de arquitetura o Bjarke Ingels Group (BIG), os idealizadores desenvolveram um complexo capaz de canalizar fluxos de energia, água, alimentos e resíduos que constituem uma metrópole marítima modular.
O espaço tem como objetivo o crescimento, a transformação e a adaptação orgânica ao longo do tempo, sobre águas que ocupam dois terços do planeta. A promessa é uma cidade “à prova de inundações”, sobre plataformas que deverão se movimentar conforme as marés e resistir às tempestades. De acordo com a empreiteira, cada plataforma terá 4 mil metros quadrados e o número máximo de 7 andares, para criar um baixo centro de gravidade e resistir ao vento.
Essas plataformas também serão agrupadas em torno de um porto central, formando vilas com até 1.650 pessoas. Está inclusa, ainda, a construção de espaços que abrangem todo tipo de serviço: residências, áreas de lazer, restaurantes, escritórios e fazendas urbanas. As fazendas, inclusive, são comunitárias, hidropônicas e integram a sustentabilidade aplicada no projeto, já que os residentes poderão usufruir desses lugares para produzir a própria comida e energia, em sistemas de circuito sem desperdício. Para completar esse nicho da cidade, haverá jardins de compostagem e fazendas voltadas para o cultivo de frutos do mar em seu entorno. Os residentes poderão escolher entre caminhadas ou passeios de barco para percorrer a Oceanix City com facilidade, de acordo com os projetistas, além de veículos elétricos e balsas movidas à energia solar — tanto para acessar os bairros quanto o continente.