Cohab quer vender conjuntos para a Caixa Econômica
Proposta em estudo abrange apenas cidades com até 50 mil habitantes
04 de dezembro de 2009 - A Associação Brasileira das Companhias de Habitação (ABC), que reúne as Cohabs dos Estados, pressiona a Caixa Econômica Federal e o Ministério das Cidades a aprovarem proposta que poderia alavancar a construção de moradias, no âmbito do programa Minha Casa, Minha Vida, para famílias com renda entre um e três salários mínimos. Pela proposta, defendida pela Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais (Cohab-MG), a Caixa compraria conjuntos fechados.
"Se a Caixa aceitar, teremos condições de repassar os conjuntos habitacionais, em cidades com menos de 50 mil habitantes, a um custo bem mais baixo", afirma o vice-presidente da ABC e presidente da Cohab-MG, Sebastião Navarro. Além de atender à chamada moradia social, inviável economicamente para a indústria da construção civil, a proposta reforçaria o caixa das Cohabs.
Apenas em Minas Gerais, segundo Navarro, há pedidos de prefeituras para a construção de 11 mil moradias no próximo ano. No entanto, o governo estadual só possui dotação orçamentária para levantar 3.000 casas.
Segundo ele, o modelo seria mantido: a Cohab construiria as casas e as prefeituras, como contrapartida, ofereceria toda infraestrutura, que inclui doação ou compra de terreno, instalação de sistema de água, esgoto e energia elétrica, além da pavimentação de ruas.
O custo da casa também poderia ficar 20% menor que o executado por meio das construtoras inscritas no Minha Casa, Minha Vida. O custo médio de construção de uma unidade da Cohab é de R$ 36 mil, enquanto o subsídio dado pelo programa federal é de R$ 46 mil.
A Cohab-MG cobra 6% de taxa de administração, enquanto no mercado o percentual varia de 15% a 20%. O padrão é similar: casa de dois quartos, sala, cozinha, banheiro e área de serviço.
Na última quarta-feira, representantes das Cohabs se reuniram em Brasília com agentes da Caixa e do Ministério das Cidades para discutir uma solução ao impasse. "Espero que no início do ano que vem o Ministério das Cidades dê uma solução a esse problema. Se temos condições de oferecer serviço melhor a um custo mais baixo, por que estamos fora?", questiona Navarro.
Em Minas Gerais, a meta é construir cerca de 88 mil unidades até o fim de 2010. Último balanço da Caixa indicava a contratação de 12,3 mil unidades para todas as faixas de renda.
Fonte: O Tempo - MG