Com quase dois anos de atraso, hospital de São Bernardo é inaugurado
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Convênio para a construção do hospital foi assinado em 2009
13 de dezembro de 2013 - Principal unidade de saúde beneficiada com recursos de convênios do governo federal nos últimos cinco anos no país, o Hospital das Clínicas de São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, será inaugurado nesta sexta-feira pela presidente Dilma Rousseff, com quase dois anos de atraso. Pelo contrato assinado em junho de 2010, as obras deveriam deveria ter sido entregues em fevereiro do ano passado.
No total, o Ministério da Saúde investirá R$ 126 milhões para a construção e compra de equipamentos do hospital da cidade. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mora em São Bernardo do Campo, que é administrada por um de seus principais amigos na política, o petista Luiz Marinho. O governo federal também vai desembolsar R$ 60 milhões anuais para o funcionamento da unidade.
Como já era previsto, o hospital, batizado com o nome do vice-presidente José de Alencar, abrirá as portas incompleto. Apenas 70 dos 293 leitos poderão ser utilizados agora. O funcionamento total só está previsto para 2015.
O convênio para a construção do hospital foi assinado em 2009, primeiro ano da gestão de Marinho na prefeitura da cidade. As liberações de recursos para a obra tiveram início em 2010 e se encerraram em abril do ano passado, mesmo com o atraso no cronograma.
Além de recursos do governo federal, a unidade recebeu R$ 30 milhões do governo do estado, que promete investir ainda outros R$ 10 milhões em equipamentos da segunda fase da implantação do hospital. A prefeitura local gastou R$ 52 milhões na obra, R$ 8,6 milhões nos equipamentos da primeira fase e planeja gastar outros R$ 13,3 milhões para os equipamentos da segunda fase. O governo federal gastou R$ 83,3 milhões com as obras, R$ 21,1 milhões com aparelhos e pretende repassar outros R$ 21,5 milhões.
O Ministério da Saúde diz que, no ano passado, a prefeitura pediu a prorrogação do prazo da obra porque havia necessidade de importação de materiais utilizados pela construtora responsável.
O novo prazo vence neste mês. A prefeitura afirma que o cronograma “respondeu às exigências e dificuldades de um projeto de tamanha complexidade tecnológica”.
O ministério justifica ainda que arcará com os R$ 60 milhões anuais para o funcionamento do hospital porque custeia em até 70% as unidades hospitalares que oferecem ampliação da capacidade de atendimento. A pasta destaca também que o hospital ofertará atendimento à população dos sete municípios da região do ABC paulista.
A pasta nega ainda que o fato de o petista Luiz Marinho comandar a cidade tenha facilitado a liberação dos recursos para a obra e afirma que considera, na hora de definir os beneficiados pelos repasses, apenas critérios como a viabilidade técnica e financeira da obra, nível de complexidade dos serviços que serão prestados e o tamanho da unidade e área de abrangência do atendimento na região onde for instalado.
Além disso, o ministério informa que também investiu valores quase tão altos em outras unidades hospitalares nos últimos dez anos. Cita como exemplos os R$ 89 milhões destinados ao Hospital do M´Boi Mirim e os R$ 97 milhões liberados para o Hospital de Cidade Ademar, ambos em São Paulo. E afirma que se esses valores forem corrigidos pela inflação se aproximam do dinheiro desembolsado agora para a unidade do ABC. Mas nenhum dos dois hospitais paulistanos constam na lista de convênios firmados pela pasta disponíveis no Portal da Transparência do governo federal.
O ministério ressalta também que a nova unidade de São Bernardo terá capacidade para realizar, anualmente, cerca de 18 mil internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além de 120 mil consultas por ano. O hospital contará com 293 leitos, sendo 60 de UTI.