Compromisso com a sustentabilidade
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) apresenta o programa de Construção Sustentável.
7 de junho de 2010 - Falar em construção sustentável em dias em que temas ligados ao meio ambiente estão em alta - por causa do Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado ontem - é mais do que oportuno. É necessário. Sabemos que esse assunto não é mais novidade. No entanto, na prática, o mercado imobiliário nacional começa a se adaptar ao conceito e vem aplicando sistemas e tecnologias para a construção dos chamados "edifícios verdes".
Sem dúvida, essas edificações são um avanço, mas é importante ressaltar que elas não esgotam por si sós o termo construção sustentável. Por isso, temos que ter em mente o amplo conceito de sustentabilidade. Na cadeia produtiva da construção, implica sistemas construtivos que promovam integração com o meio ambiente, adaptando-os para as necessidades de uso, produção e consumo humano, sem esgotar os recursos naturais, preservando-os para as gerações futuras; além da adoção de soluções que propiciem edificações econômicas e o bem-estar social. Na agenda para a execução do projeto, a construção sustentável deve prever também o atendimento às normas técnicas e de segurança e a formalidade das contratações.
Como ocorre com todo novo conceito que incorpora novas concepções à medida que vão surgindo pesquisas e estudos sobre ele, a construção sustentável vem sendo ampliada. Isto é, a opção pelo sustentável na construção civil incorporou uma nova ferramenta de gestão ambiental: a análise do ciclo de vida dos materiais a serem utilizados em uma obra. Trata-se de uma avaliação dos efeitos desses materiais sobre o meio ambiente ao longo de todo o seu ciclo de vida.
Outro conceito que vem sendo incorporado para assegurar a sustentabilidade do processo construtivo é o da desconstrução seletiva. Ou seja, o pensamento sustentável deve permear todas as fases do empreendimento: desde a sua concepção, uso e manutenção, bem como a destinação final dos seus componentes em caso de reforma ou demolição. Isso significa que a capacidade de reinserção de todos os componentes da edificação no ciclo produtivo em caso de reforma ou demolição deve ser prevista desde o nascedouro do projeto.
Essas informações - da análise do ciclo de vida e da desconstrução seletiva - passam então a ter grande relevância para o construtor no momento da compra e da definição por um sistema construtivo. Tudo deve ser avaliado sempre levando-se em consideração o menor impacto ambiental possível causado pelo material ou sistema construtivo. E, claro, tudo sob o prisma dos três pilares da construção sustentável - ambiental, econômico e social.
Neste contexto de novos conceitos, é importante destacar a preocupação do nosso setor com o tema. Esta semana, será apresentado em Maceió, durante o 82º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), o Programa de Construção Sustentável da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
A iniciativa da CBIC engloba os seguintes temas: mudanças climáticas, água, biodiversidade, resíduos e materiais -. O evento visa a objetivar as iniciativas da construção civil em nível nacional e firmar o compromisso do setor com a sustentabilidade.
Fonte: Estado de Minas – MG
*Jorge Luiz Oliveira de Almeida - Diretor de Comunicação do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG)