Construção civil comanda altas; bancos acompanham
Redução do IPI e as recentes notícias de queda no desemprego e volta do crédito repercutiram positivamente no mercado
24 de julho de 2009 - O setor de construção civil registrou o melhor desempenho, ontem, no Ibovespa. Maior alta do dia, Gafisa ON subiu 7,85% (R$ 22,80), acompanhada por Cyrela ON e Rossi Residencial ON, que ganharam 3,99% cada, cotadas a R$ 17,99 e R$ 10,69 respectivamente.
Mantendo o ritmo positivo da semana, Usiminas ON (4,27%/R$ 44,15), Usiminas PNA (3,58%/ R$ 43) e Cosan PN (4,52%/R$ 16,20) se valorizaram pela terceira sessão consecutiva.
"As medidas de redução de Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) associada às recentes boas notícias de queda no desemprego e volta do crédito repercutiram positivamente no mercado nos últimas semanas. Some-se ainda a redução da Selic e se forma uma combinação que valoriza os papéis de incorporadoras. Em mercados em alta, como ontem, a tendência é que o setor de construção suba ainda mais do que a média", diz Maurício Garcia, da Techa Corretora.
Entre as ações mais negociadas do dia, o destaque ficou para as ordinárias do Itaú-Unibanco, com alta de 3,98%. A preferencial da Petrobras, a mais negociada da Bovespa, teve alta de 2,24%.
Ações de bancos, em geral, tiveram um dia positivo, com destaque, além do Itaú-Unibanco, para Itausa PN, que ganhou 4,06% (R$ 9,47). "O setor vive um bom momento, que pode ser atribuído às boas notícias dos últimos dias, como a prévia de aumento da atividade industrial, corte da Selic e queda na taxa de desemprego. Grandes instituições financeiras internacionais estão investindo novamente em papéis de bancos brasileiros", acredita William Castro Alves, da XP Investimentos.
Influenciada pela boa avaliação do mercado da prévia do balanço do segundo trimestre, divulgada na quarta-feira, Lojas Renner PN subiu 4,71%, o segundo maior avanço do dia, cotada a R$ 25,77.
"A expectativa por um balanço positivo se sustenta no calendário do trimestre favorável, além das temperaturas mais baixas, que, quando acontecem, impulsionam as vendas. E o momento é bom para o setor de varejo, como um todo", explica Castro Alves. Revertendo queda no pregão anterior, Duratex PN subiu 4,17%, cotada a R$ 24,70.
Do mesmo modo, a ação preferencial da Vale ganhou 2,4%, a R$ 31,90, a despeito de relatórios como o da Itaú Corretora, avaliando que o aumento da fatia da mineradora na Companhia Siderúrgica do Atlântico, anunciada na quarta-feira à noite, poderá ter efeito negativo para as ações da mineradora.
Quedas
Em meio a leves perdas no Ibovespa, o destaque negativo ficou com Embraer, que caiu 1,19% (R$ 8,31). "Com o dólar na casa de R$ 1,80, os papéis da empresa, que tem sua receita atrelada à moeda norte-americana, tendem a recuar", avalia Castro Alves.
À exceção de Souza Cruz ON, que sofreu com o anúncio de que a Previ vai se desfazer de sua participação na empresa, e Sabesp ON e Celesc PNB, consideradas ações defensivas, que perdem atratividade em mercados altistas e fecharam em queda de 0,80% (R$ 61,50), 0,90% (R$ 27,50) e 0,91% (R$ 33,69), respectivamente, todos os demais papéis se desvalorizaram em patamares muito baixos: Eletrobrás ON (0,18%/R$ 28,55), TIM ON (0,18%/R$ 5,46), Telemar PN (0,53%/ R$ 27,85), Eletrobras PNB (0,58%/R$ 25,55) e All Amer Lat UNT (0,79%/R$ 11,27).