Construção civil começa a vislumbrar cenário mais otimista
Apesar das boas expectativas, os números da 39º Sondagem Nacional da Indústria da Construção Civil continuam influenciados pela crise na comparação anual
09 de junho de 2009 - A construção civil brasileira está superando aos poucos o pessimismo imposto pela crise mundial, revelam os resultados da 39ª Sondagem Nacional da Indústria da Construção Civil, realizada em maio pelo SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) e pela FGV Projetos, com o apoio da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção). Foram entrevistados 241 empresários da construção de todo o país.
Tanto no Estado de São Paulo, quanto em nível nacional, a Sondagem notou menos pessimismo na avaliação do ambiente de negócios da construção como resposta a um conjunto de fatores, especialmente à série de medidas governamentais favoráveis ao setor. Mas é importante destacar que, apesar das boas expectativas, os números da Sondagem continuam influenciados pela crise na comparação anual.
A ação do governo no sentido de garantir capital de giro logo no início da crise se somou mais recentemente à desoneração de materiais e ao programa Minha Casa, Minha Vida. Também contribuiu para a melhoria do humor do empresariado o cenário macroeconômico observado a partir de abril.
O indicador de desempenho nacional avançou quase 10% entre fevereiro (data da última edição da Sondagem) e maio, refletindo um desempenho menos negativo das empresas no trimestre. Contudo, o indicador de desempenho atual das empresas da construção ainda está abaixo de 50, denotando um desempenho não favorável.
No caso do Estado de São Paulo, esse avanço foi ainda mais expressivo, chegando a quase 12%. Nos dois níveis, o comparativo com maio de 2008 ainda apresenta queda expressiva. Mas esse era um resultado esperado, uma vez que há um ano o setor estava em forte expansão.
A melhora mais expressiva foi registrada no item perspectivas de desempenho. Isso mostra que os empresários acreditam na aceleração da atividade econômica nos próximos meses. Mais uma vez, esse otimismo relativo foi maior em São Paulo do que na média nacional.
Os empresários relataram também melhora nos indicadores de dificuldades financeiras e de custos. No caso dos custos, é preciso relativizar a aparente piora observada na comparação trimestral, resultado que foi influenciado pelas negociações salariais que ocorreram no Estado de São Paulo. Por conta disso, a comparação anual é mais precisa e mostra forte evolução, resultado do recuo dos preços de materiais verificado nos últimos meses.
A Sondagem destaca ainda a avaliação dos empresários sobre o ambiente macroeconômico. A melhora foi resultado de um ajuste de expectativas que minorou o pessimismo excessivo registrado nas rodadas anteriores da pesquisa. Entre fevereiro e maio, melhorou muito a avaliação do setor quanto à política econômica e às perspectivas de inflação baixa.
No caso desta última variável, o avanço ocorreu também na comparação anual, com um pouco menos de otimismo no Estado de São Paulo em relação à média nacional. As boas perspectivas com relação ao crescimento econômico avançaram, embora permaneçam no campo pessimista (abaixo do valor 50).
Fonte: SindusconSP