Construção civil crescerá 11% em 2010
Projeção foi feita pelo SindusCon-SP, durante coletiva de imprensa ocorrida na última semana
13 de dezembro de 2010 - A construção civil brasileira deve fechar este ano com expansão de 11% em relação ao ano de 2009. A projeção foi feita pelo SindusCon-SP, durante coletiva de imprensa ocorrida em 7 de dezembro, quando o panorama do setor foi apresentado pelo presidente Sergio Watanabe e por Eduardo Zaidan, diretor de economia do sindicato, com da consultora FGV, Ana Maria Castelo. Vinte e quatro órgãos de imprensa estiveram representados na ocasião por 38 jornalistas, resultando em mais de 60 reportagens publicadas até 9 de dezembro.
Segundo Eduardo Zaidan, diretor de Economia do sindicato, a expansão do crédito na área habitacional e de infraestrutura e os recursos do programa do governo federal Minha Casa Minha Vida garantiram o forte crescimento das atividades, com reflexo em toda a cadeia.
As projeções do SindusCon-SP são sustentadas pelo nível de emprego formal da construção civil brasileira, que cresceu 15% até setembro ante os primeiros nove meses do ano passado. Na média do ano, devem ser gerados cerca de 350 mil novos empregos com carteira assinada, estimou o SindusCon-SP. "O ritmo de criação de novos postos de trabalho confirma o aquecimento extraordinário do setor", disse Ana Maria Castelo. Outro indicador positivo vem da indústria de materiais de construção, que já utilizou até novembro, 91% de sua capacidade instalada, um nível recorde. Até setembro, o consumo de cimento acumulava crescimento de 17%, e o de aço, alta de 19%.
Ana Maria comemorou o resultado, que superou as expectativas bastante otimistas (8,9%) do início do ano. Ao lembrar que a cadeia da construção retomou em 2010 sua recuperação plena, após a desaceleração em 2009, ela destacou a expansão do crédito habitacional por meio de financiamentos, predominantemente feitos junto à Caixa Econômica Federal, além de outras instituições financeiras privadas que agiram para dar crédito na área de infraestrutura, como o BNDES – até outubro de 2010, totalizaram R$ 41,5 bilhões. A consultora também salientou o papel dos Estados nesse processo, já que em ano de eleições muitas obras foram finalizadas.
Segundo Eduardo Zaidan, há aproximadamente 2,7 milhões de pessoas trabalhando no setor, sendo que as regiões Norte e Nordeste aparecem como as maiores geradoras de emprego, com altas de 25,4% e 27,4%, respectivamente.
Perspectivas para 2011
De acordo com o SindusCon-SP, o ano de 2011 não deve ter o mesmo desempenho de 2010, com projeção de crescimento estimada em 6,1%. Segundo o presidente Sergio Watanabe, igualar o crescimento de 2010 demandaria um esforço ainda maior do setor, que deve passar por desafios como a escassez de mão de obra qualificada, alto custo de terrenos, além de necessitar de inovações tecnológicas, desenvolvimento de novas fontes de financiamento para habitação e infraestrutura e da continuidade do programa habitacional, que necessitaria de mais investimento no setor.
Além disso, a maior demanda por obras de construção civil faz com que o preço dos materiais, serviços e mão de obra aumentem mês a mês. No ano de 2010, o INCC-M (Índice Nacional de Custo da Construção-Mercado) apresentou, até novembro, alta de 6,92%, ante 3,01% registrada no mesmo período de 2009.
Sobre a falta de mão de obra qualificada na construção civil, que pode ser um dos principais fatores para a retração do setor, Watanabe disse que conversou com o vice-governador eleito, Guilherme Afif Domingos, que prometeu criar um programa de capacitação para o nível médio, em todos os setores.
Sondagem
Apesar de ligeira queda no desempenho das empresas, os empresários da construção civil mantiveram suas expectativas otimistas com relação ao desempenho futuro das construtoras, de acordo com os resultados da 45ª Sondagem Nacional da Construção, realizada pelo SindusCon-SP e pela FGV em novembro e divulgadas durante a coletiva de imprensa.
Segundo a sondagem, os empresários acreditam que o crédito imobiliário continuará em expansão e os lançamentos serão voltados para famílias de média e baixa renda. Há também um sentimento geral de que a mão de obra será um dos pontos críticos em 2011, o que poderá pressionar os custos do setor. Ao mesmo tempo, as empresas consultadas manifestaram disposição de investir em novas tecnologias, máquinas e equipamentos.
Fonte: Sinduscon - SP