Construção civil do Rio Grande do Sul cresce 8,73%
Desafio será manter os níveis de crescimento, embora em ritmo menor
28 de janeiro de 2011 - O desempenho da construção civil gaúcha em 2010 foi um dos melhores das últimas duas décadas, com crescimento de 8,73% em relação ao ano interior. O desafio para este ano será manter os níveis de crescimento, embora em ritmo menor, na avaliação do presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil do RS (Sinduscon-RS), Paulo Garcia, durante divulgação de dados do setor, ontem, no Hotel Plaza São Rafael.
O bom desempenho do mercado imobiliário, em função do volume de financiamentos, e o desempenho da economia, que alavancou o crescimento do emprego e da renda, foram os principais fatores para o crescimento. "Foi um ano excepcional, especialmente porque crescemos sobre uma base boa", salientou. O empresário destacou a consolidação das vendas no segmento da habitação econômica, por meio do programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida. Só no RS, o volume de contratações somou 72 mil unidades, entre 15% e 18% de todas as contratações do Estado. Para o economista da entidade Marco Túlio Kalil, o percentual é pequeno se comparado a cidades do Nordeste e até mesmo do Sudeste. Segundo ele, um dos entraves para alavancar esse mercado é a falta de infraestrutura adequada para atender à demanda, mas o setor aposta no programa para dar continuidade e ampliar os projetos.
A baixa qualificação e a falta de mão de obra no mercado são outros grandes desafios do setor para 2011, gargalo enfrentado no ano passado pelo setor, mesmo tendo criado 18.146 novos empregos no Estado. Segundo Garcia, a situação poderia ser melhor, se o governo federal implementasse políticas de capacitação e qualificação profissional. "Há vagas e não há profissionais qualificados para preenchê-las", disse. O Sinduscon, em parceria com entidades de ensino, ofereceu cursos em 2010 para qualificar trabalhadores e a prática será mantida e ampliada em 2011. A entidade criticou ainda a dispensa de licitação para a execução das obras públicas e a baixa qualificação dos editais e dos projetos a serem executados pelas empresas.
Fonte: Correio do Povo - RS