Construção civil eleva nível de atividade
Número de trabalhadores formais do setor atingiu 3,225 milhões
20 de março de 2012 - Novos dados divulgados na semana passada confirmam que a construção civil voltou a elevar seu nível de atividade neste início de 2012. Em janeiro, o setor contratou mais 50,8 mil trabalhadores, um aumento de 1,6% em relação a dezembro. Todas as regiões do Brasil registraram elevação neste indicador. Com isso, o número de trabalhadores formais do setor atingiu 3,225 milhões, conforme pesquisa do SindusCon-SP e da FGV, atualizada com os últimos dados da Rais.
O grande volume de admissões já em janeiro denota perspectiva de intensa atividade da construção e reforça a previsão de que o setor deverá crescer acima do PIB neste ano. Nos últimos doze meses encerrados em janeiro, a construção contratou mais 219,8 mil trabalhadores, um aumento de 7,32%.
O ano também se iniciou de forma promissora para o segmento imobiliário. Em janeiro, os financiamentos para aquisição e construção de imóveis atingiram R$ 5,68 bilhões, uma alta de 22% em relação ao mesmo mês do ano passado. Segundo a Abecip (que reúne as empresas de crédito imobiliário), nos últimos 12 meses até janeiro os financiamentos alcançaram o valor recorde de R$ 80,9 bilhões, com crescimento de 40% sobre os 12 meses anteriores.
No primeiro mês deste ano, foram financiadas 33,7 mil unidades habitacionais, número equivalente àquele de janeiro do ano passado. Já no acumulado de 12 meses, financiaram-se 493,3 mil imóveis, 14% a mais que nos 12 meses precedentes.
O PMCMV 2 (Programa Minha Casa Minha Vida) havia contratado 519 mil novas moradias nos 13 meses encerrados em janeiro, um número consistente com a meta de 2 milhões até 2014.
Entretanto, deste total, apenas 138 mil unidades habitacionais situavam-se na faixa 1, destinada às famílias com renda mensal de até R$ 1.600. Isto equivale a 26,5% das unidades contratadas, um percentual bastante abaixo da meta de 60% que o programa pretende contratar nesta faixa.
As capitais e regiões metropolitanas foram responsáveis por 63 mil habitações (45% do total da faixa 1). A preocupação aumenta ao se constatar que pouco foi contratado justamente nas capitais onde o déficit habitacional é maior, como São Paulo.
A questão não é a falta de recursos, mas a dificuldade em equacionar empreendimentos dentro dos limites de preços estabelecidos pelo governo federal para as contratações desta faixa. Recentemente, o governo paulista firmou convênio com a Caixa para complementar esses valores, o que viabilizará as contratações na faixa 1 em diversas regiões metropolitanas.
Iniciativas como esta precisam ser seguidas por outros Estados e Municípios. Mesmo assim, continua sendo difícil concretizá-las na capital paulista, onde a escassez de terrenos e o elevado custo da construção exigem novas medidas de estímulo para esta faixa do programa habitacional.
Fonte: Folha de São Paulo