Construção Civil evita o agravamento da crise
Apesar da crise econômica, setor da construção mantém-se aquecido e ajuda amenizar as dificuldades de empresas de outros
9 de abril de 2009 - Ao participar, semana passada do painel Oportunidades e Desafios da Habitação, no Nordeste Invest 2009, realizado em Maceió-AL, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção - CBIC, Paulo Simão, fez uma análise da situação do Brasil frente à crise econômica mundial e apontou a construção como uma dos melhores setores para evitar que a situação do país se agrave. "Temos um sistema financeiro sólido, um sistema financeiro de habitação independente e com recursos próprios, além de uma democracia estabelecida. Isso tudo nos dá condições de enfrentar a crise. O que não quer dizer que não seremos afetados por ela", afirmou ele.
De fato, o bom desempenho da construção, principalmente a civil, tem sido o alívio para muitos setores, inclusive o da indústria de ferro, pois como atesta o presidente do Sindicato da Indústria de Ferro Gusa do Maranhão – Sifema, Cláudio Azevedo, a demanda das construtoras ainda serve de estimula para que as guserias mantenham, pelo menos em parte, sua produção. Ele disse que se a Vale sinalizar com uma tabela de preço atrativo as compras de minério podem ser reativadas, a fim de que as usinas voltem a produzir num ritmo mais satisfatória, haja vista que hoje no Estado apenas três das sete indústrias de ferro estão com os fornos ativados, mas com apenas 20% da capacidade.
O ferro é um dos principais componentes no segmento da construção, já que é utilizados principalmente no concreto armado, bem como em estruturas metálica em edificações.
Crise
Para o presidente da CBIC, o governo tem feito bons esforços na tentativa de amenizar os efeitos da crise, sobretudo quando aposta na construção. "O pacote habitacional serve para isso. E o ponto positivo é que o programa estabelece bases para um plano de longo prazo.
Eu não falo em construir um milhão de casas. O nosso objetivo é construir 7,5 milhões em 15 anos", disse. Simão lembrou que o governo preteriu programas habitacionais já existentes para adotar, em grande parte, o Moradia Digna, proposta formulada pela CBIC com diversos segmentos da sociedade civil. "Como nós sempre lutamos, o subsídio sai do produto e vai para a família, na mão da mulher."
Além de Simão, participaram do painel o superintendente da Caixa Econômica Federal em Alagoas, Gilberto Occhi; o presidente do Sinduscon-AL, Marcos Holanda, e o secretário de Estado da Habitação de Alagoas, Marcos Fireman.
Burocracia
Para o presidente da CBIC um dos entraves reclamados pelas construtoras é a burocracia. No que se refere ao crédito para habitação, por exemplo, as construtoras levam até seis meses para obter financiamento dos projetos junto à Caixa Econômica Federal, na qual precisam ser cumpridas pelo menos 54 exigências burocráticas para ter acesso ao dinheiro.
Para o presidente da CBIC, Paulo Safady Simão, o processo, além de muitos requisitos, tem redundâncias.
Um exemplo são as licenças ambientais exigidas pela Caixa, que já são requeridas pelas prefeituras de cada cidade que abriga um projeto. "O pacote do governo está na direção certa, mas para ser bem-sucedido terá de vencer o enorme desafio da inércia administrativa", diz Paulo Simão.
Estimativa da CBIC é de que a burocracia aumente o custo final da obra em até 10%. Clique aqui para acessar a íntegra da matéria.
Fonte: O Imparcial – MA