Construção civil evolui em soluções acústicas
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Diversas associações de fabricantes de materiais (como blocos e caixilhos) estão empenhadas em se enquadrar aos padrões de desempenho exigidos pela norma
08 de maio de 2014 - O mercado de acústica passa por um bom momento, de acordo com Fabio Villas Bôas, membro do Comitê de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP e coordenador da Comissão de Estudos da Norma de Desempenho Edificações Habitacionais.
"Atingimos uma situação de maturidade ao considerar o problema acústico como grave. Está efetivamente acontecendo uma mudança na forma de projetar, de construir – que já considera a norma de desempenho", afirmou o engenheiro durante palestra na 1ª Conferência Municipal sobre Ruído, Vibração e Perturbação Sonora, em 28 de abril. Promovido pela Câmara Municipal de São Paulo, em parceria com a ProAcústica (Associação Brasileira para a Qualidade Acústica) e o vereador Andrea Matarazzo (PSDB), o evento reuniu autoridades, estudiosos, entidades da sociedade civil organizada e representantes do meio acadêmico e entidades de classe na busca por soluções que promovam a melhoria acústica na cidade.
A boa notícia, segundo o engenheiro, é que além de usuários mais conscientes e exigentes as diversas associações de fabricantes de materiais (como blocos e caixilhos) estão empenhadas em se enquadrar aos padrões de desempenho exigidos pela norma. "Começam a surgir avanços em projetos e já podemos identificar melhorias nos ensaios de ruído e projetos de acústica de fachadas (janelas)", destacou.
Em sua apresentação, Villas Bôas pontuou soluções adotadas pela Tecnisa, empresa da qual é diretor técnico, no projeto Jardim das Perdizes para minimizar os efeitos dos ruídos. “Criamos especificações de caixilho de acordo com medições da região. Buscamos soluções construtivas menos ruidosas sempre que possível”, afirmou.
Entre as ações simples de melhorias que podem ser adotadas pelas empresas no canteiro de obras Villas Bôas citou o uso de equipamentos novos ou com um programa de manutenção em dia e a restrição de serviços ruidosos a horários mais adequados.
A restrição do horário de transporte de carga foi outro fator de preocupação pontuado pelo engenheiro. Apesar de temporariamente, apenas durante o período das obras, a questão afeta indiretamente o bem-estar da população e precisa ser revista.
Além de Villas Bôas, participaram do painel "Legislação, Normas e Avanços do licenciamento: evolução e tendência", Rodrigo Passos Cunha, especialista Engenharia em Saúde Pública e gerente da Divisão de Avaliação de Empreendimentos de Transportes da Cetesb; Carlos Alberto de Moraes Borges; vice-presidente de Tecnologia e Qualidade do Secovi-SP; Krisdany Vinícius Cavalcante, coordenador da Comissão de Estudos Especiais de Acústica; e Ricardo Walder Elias, especialista em Desenvolvimento Urbano da área de licenciamento ambiental do Decont (da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente do Município). O debate foi coordenado pelo arquiteto e urbanista Ronaldo Tonobohn, superintendente de planejamento e projetos da CET.