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Construção civil foi o setor que mais demitiu em Porto Velho

Texto: Redação AECweb/e-Construmarket

Em 2013, fase final da construção das Usinas do Madeira impulsionou demissões

23 de janeiro de 2014 - O setor da construção civil em Porto Velho é considerado o responsável por levar a capital de Rondônia ao posto de cidade brasileira onde houve um maior número de demissões em 2013, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), com 8.112 pessoas demitidas. O Ministério do Trabalho e Emprego em Rondônia (MTE-RO) confirma os dados e aponta que no início da construção das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, no Rio Madeira, cerca de 40 mil trabalhadores foram contratados para os dois empreendimentos, mas apenas 15 mil ainda se mantêm em seus empregos.

O pedreiro Francivone Alves, de 33 anos, trabalhava na construção da Usina Hidrelétrica Jirau desde janeiro de 2012, e acaba de ser demitido. “Fui dispensado no dia 17 de janeiro, mas a maioria dos meus colegas saiu antes do final do ano. A fase agora é de montagem, então demitiram muita gente”, disse o operário.

Em busca de novas oportunidades, Francivone deixou a terra natal, no Pará, e veio para Rondônia para atuar na construção da usina. Deixou pai e mãe, mas já deve sair de Porto Velho para um novo trabalho. Com a demissão, o pedreiro viu a necessidade de novos desafios e nos próximos dias embarca para o Maranhão onde vai trabalhar na construção de uma ferrovia. "Tenho conhecidos lá e estão se dando bem. Vou me aventurar", disse.

O trabalhador informou que vários colegas de trabalho que permanecem na capital de Rondônia estão desempregados.

Já o encarregado de transporte Jacir Vasconcelos da Costa conta que foi admitido para trabalhar na usina de Santo Antônio em setembro de 2008, mas que recebeu uma boa proposta e foi atuar no canteiro de obras da Usina de Belo Monte, no Pará.

"Eu me mudei em dezembro de 2011 e a maior dificuldade foi deixar minha esposa e filha, em Porto Velho. Já cheguei ao Pará com emprego garantido para trabalhar como encarregado de transporte. Hoje, se eu receber uma boa proposta para ir para qualquer outro estado, ou até mesmo voltar pra Rondônia, eu vou", disse Costa.

Demissões previstas

Para o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de Rondônia (Sinduscon-RO), as demissões nas usinas aconteceram mais expressivamente no ano de 2013, por causa da aproximação do final das obras. “As empresas do setor mantém empregadas, atualmente, em Porto Velho, apenas 30% dos operários que trabalhavam no início das obras”, disse Chagas Neto, presidente do Sinduscon-RO.

Adenilton Borges, assessor político do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil do Estado de Rondônia (Sticcero), afirma que as demissões ocorreram em massa, assim como aconteceu na fase de contratações, entre 2009 e 2011. “Com a instalação das usinas contratou-se muito. Muita gente chegou a Porto Velho em busca dessa oportunidade, mas o que está acontecendo hoje já era previsto”, disse Borges. Segundo ele, atualmente, as obras do ‘Programa Minha Casa, Minha Vida’ são as que estão absorvendo boa parte dos trabalhadores demitidos em 2013.

A superintendente substituta e chefe de relações trabalhistas do MTE-RO, Maria Alzinete de Jesus e Silva, afirmou que seguido da construção civil, os setores que mais demitiram em 2013 foram o comércio, o madeireiro, o de hotelaria e de serviços terceirizados.

Fonte: G1

 

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