Construção civil irá retomar o crescimento no próximo ano, diz presidente da Cbi
Expectativa é de que o setor cresça acima do PIB nacional
22 de setembro de 2009 - O setor da construção civil no Brasil é um forte candidato a retomar seu crescimento no próximo ano. Responsável pela incorporação de 198 mil profissionais, entre 1998 e 2008, segundo dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a expectativa é que nos próximos anos, haja a consolidação da sua relevância como grande empregador de mão-de-obra e setor-chave para o País.
De acordo com o presidente da Cbic (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Paulo Safady Simão, 2010 deverá ser muito promissor com a retomada do crescimento da construção civil. A informação foi divulgada em entrevista dele à Agência Sebrae.
"As nossas perspectivas daqui para frente são bem otimistas. Acreditamos que o setor da construção puxará a economia como um todo, tanto este ano como em 2010, crescendo sempre acima do PIB nacional".
Crise
Sobre a crise e os impactos ocorridos no setor da construção civil, em entrevista para a Agência Sebrae, Simão disse que as medidas governamentais foram importantes.
"Num primeiro momento, logo após a quebra do Lehman Brothers, sofremos um impacto forte, representado sobretudo pela retração nas compras e nos lançamentos. No entanto, com o apoio do governo, que enxergou na construção civil uma saída da crise, graças a sua capacidade de geração de emprego e de mobilização industrial, conseguimos rapidamente retomar as nossas atividades que praticamente se normalizaram em março deste ano".
Para o presidente da Cbic, o Brasil não sofreu tanto com a crise por ter fundamentos macroeconômicos estáveis e pelo fato de possuir um excelente marco regulatório bancário. Além disso, as ações governamentais para minimizar os reflexos negativos na concessão de crédito também foram importantes. Com isso, em menos de um ano após o estopim da crise, o País voltou a crescer.
"O setor conta com dois fundos bastante importantes e que foram decisivos nessa fase, quando o crédito sumiu: o FGTS e a poupança".
Desempenho setorial
Simão informou ainda que, em 2008, o setor cresceu quase dois dígitos ante o resultado do ano anterior. Porém, para ele não é possível comparar o ano de 2008 com o de 2009, por conta da crise econômica.
"Comparar 2009, quando foi deflagrada a crise internacional, com o ano passado seria maldade. No entanto, estamos, sim retomando o ritmo após a freada. Os últimos dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do MTE (Ministério do Trabalho e do Emprego) demonstram que um quarto de todas as contratações feitas no País, este ano, aconteceu na construção civil. Esse é o maior sinal de crescimento e otimismo para nosso setor", explicou Simão.
Questionado sobre os impactos das eleições, no ano que vem, para o setor, Simão disse que tudo já está previsto nos cronogramas. "O setor reduz um pouco o ritmo, por causa da paralisação das obras públicas, mas rapidamente retoma o ritmo, quando as restrições são suspensas", conclui.
Fonte: Infomoney - SP