Construção civil puxa queda da indústria no 3º trimestre, diz IBGE
Indústria registrou queda pela primeira vez desde o impacto da crise financeira internacional
10 de dezembro de 2010 - A construção civil, ao lado da indústria de transformação, puxaram a queda de 1,3% da indústria no terceiro trimestre do ano, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, na série com ajuste sazonal.
Foi a primeira vez que a indústria registrou queda desde o impacto da crise financeira internacional, no primeiro trimestre do ano passado, quando recuou 6,2%. O Produto Interno Bruto (PIB), a preços de mercado, teve alta de 0,5% na comparação com o trimestre anterior.
A construção civil registrou queda de 2,3% e a indústria de transformação registrou recuo de 1,6%. Esta foi a primeira vez que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o resultado de subsetores no trimestre, de acordo com o coordenador Roberto Olinto.
A agropecuária também teve queda, de 1,5% no terceiro trimestre. Segundo a gerente de contas trimestrais do instituto, Rebeca Pallis, a agropecuária teve um volume de produção maior no segundo trimestre. "Devido ao ciclo da safra, a soja, que tem um peso maior na agropecuária, principalmente este ano, teve uma produção mais concentrada no segundo trimestre, com redução de julho a setembro. Por isso houve queda do setor", disse.
Na outra ponta, a maior alta foi registrada pela intermediação financeira, que subiu 3,1%. Esse resultado teve impacto sobre o setor de serviços, que avançou 1% no terceiro trimestre, em relação aos três meses anteriores.
A extrativa mineral registrou alta de 1,9% no trimestre, seguido pelo comércio, que subiu 1,4%, e pelos serviços de informação, com 1,2%. Em seguida apareceram administração, saúde e educação públicas (0,4%), atividades imobiliárias e aluguel (0,3%), produção e distribuição de eletricidade, gás e água (0,2%), e transporte, armazenagem e correio (0,2%).
Sob a ótica da demanda, na série com ajuste sazonal, o maior avanço foi das importações de bens e serviços, que foram 7,4% superiores ao registrado no segundo trimestre do ano. As exportações também cresceram, com mais 2,4% na comparação com o mesmo período. Com isso, a formação bruta de capital fixo foi 3,9% maior.
As despesas de consumo das famílias ficaram 1,6% acima do registrado entre abril e junho, enquanto o consumo do governo ficou estável.
Fonte: Valor Online - SP