Construção Civil retoma criação de empregos
Com o lançamento do programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida”, indústrias da construção civil apresentam aumento na contratação de empregados
17 de abril de 2009 - Na esteira das medidas para estimular a construção de casas populares, a indústria da construção civil já começou a mostrar sinais de recuperação na oferta de empregos formais no primeiro trimestre deste ano, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. Em março, o setor contratou 16,1 mil mais empregados do que demitiu. No mês anterior, o saldo positivo havia sido de apenas 2,8mil.
No período de janeiro a março deste ano, houve um saldo positivo de 30,3 mil vagas, ainda longe do desempenho visto no primeiro trimestre de 2008, quando as contratações superaram as demissões em 99,6mil.
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, destacou que esse é um setor importante na contratação e, por isso, o governo decidiu estimular a produção com o lançamento do programa habitacional "Minha Casa, Minha Vida" que pretende construir um milhão de casas. "Há uma recuperação visível e deve se intensificar com o lançamento do programa", disse Lupi.
Outros segmentos da indústria também ampliaram contratações, dando sinais de recuperação da produção no primeiro trimestre, como a indústria calçadista, a de borracha, fumo, couros têxtil e de vestuário. São esses os segmentos que ajudaram a indústria a reduzir o saldo negativo de empregos formais de 56,4 mil em fevereiro para 35,7 mil em março. A metalurgia e a indústria de papel e papelão ainda continuaram a demitir.
A recuperação de alguns segmentos industriais ajuda a explicar a melhora da fotografia do emprego em algumas regiões. Os Estados do Sudeste, por exemplo, tiveram um saldo positivo de 50,2 mil postos de trabalho contra apenas 4 mil mais contratações que demissões registradas em fevereiro. "São Paulo, Rio e Minas Gerais tiveram juntos, pela primeira vez neste início de ano, resultados positivos", ressaltou Lupi. O Sul e o Centro-Oeste também ficaram positivos em março, com cerca de 15 mil postos a mais cada um.
No Nordeste, a entressafra da cana-de-açúcar influenciou negativamente a oferta de empregos, principalmente em Pernambuco e Alagoas. E no Norte do País, a redução de produção das indústrias na Zona Franca de Manaus explica o saldo negativo de 5,6 mil postos formais de emprego.
Tentando passar otimismo sobre a recuperação do mercado de trabalho, Lupi errou todas as previsões feitas antes da divulgação oficial dos dados do Caged. O saldo anunciado ontem (34,8 mil) ficou longe da previsão do ministro feita de que seriam 100 mil vagas. Também em fevereiro, o ministro chegou confirmar na véspera do anúncio que o Caged ficaria positivo naquele mês em torno de 20 mil vagas. O saldo oficial foi de 9,1 mil. "Às vezes, na nossa avaliação positiva, a gente exagera."
Fonte: Agência Estado