Construção civil tem pleno emprego, diz sindicato
Setor encerrou 2010 com desocupação de 2,9%, ou quase 3 desempregados a cada 100
22 de março de 2011 - Só 3 a cada 100 empregados da construção civil estão sem emprego no país atualmente. O número de pessoas com carteira assinada é o melhor já visto no setor e equivale ao que se chama de “pleno emprego” no mercado de trabalho, segundo o presidente do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), Sérgio Watanabe.
Em 2010, foram 2,775 milhões de vagas criadas. Isso representa a criação de 319 mil postos em relação a 2009. “A taxa de desocupação caiu de 5,5%, em 2006, para 2,9%. Estamos crescendo continuamente, e até em 2009, que foi o ano depois da crise econômica, o setor não parou de contratar. O que mostra que estamos em uma situação de pleno emprego”.
Em novembro e dezembro do ano passado, época comum de demissões nos canteiros de obras, foram encerrados mais de 87 mil contratos no país. Em janeiro e fevereiro, as contratações somaram 64 mil. Em outras palavras, foram repostas mais de 7 em cada 10 vagas fechadas no fim de 2010.
Apesar de a notícia ser positiva, o Sinduscon-SP diz que o “pleno emprego” mostra um dado ruim para o mercado de trabalho. Há mais vagas do que pessoal qualificado para ocupá-las. “As empresas estão no seu limite de produtividade, sobretudo por causa da [pouca] qualificação e da utilização máxima da mao-de-obra. Precisamos de mais investimentos para infraestrutura e habitação, principalmente em tecnologia para suprir a força de trabalho e atender a demanda”.
O PIB (Produto Interno Bruto) do setor quase dobrou entre 2006 e 2010. Esse número leva em conta todos os valores movimentados pela cadeia produtiva desse segmento da economia, que inclui desde materiais de construção até os terrenos, por exemplo.
Em porcentagem, as riquezas aumentaram 83%. O resultado foi puxado principalmente pelos resultados de 2007 e 2010: no ano passado, o PIB do setor cresceu 13,5%, e em 2007 a expansão foi de 8,8%. Para este ano, a previsão é de crescimento de 6%. “A construção nunca teve um período tão bom desde a época do milagre econômico [nos anos 70] Então estamos falando de um forte crescimento nos últimos anos, depois de mais de 20 de estagnação. Na classe C muita gente conseguiu comprar seu primeiro imóvel. Em algumas cidades do país, até a população de baixíssima renda, que nunca teria um imóvel, teve a oportunidade de financiar com ajuda do governo”.
Fonte: R7