Construção Civil tem reajustes acima da inflação
Dados levam em conta os reajustes concedidos em comparação à inflação medida pelo INPC
24 de maio de 2010 - Apesar dos reflexos da crise financeira internacional no país e de seu impacto na construção civil, os trabalhadores do setor conseguiram reajustes salariais acima da inflação em 94% das 68 negociações coletivas feitas no ano passado. O resultado é inferior ao verificado em 2008, ano em que 97% dos acordos salariais analisados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) na construção obtiveram aumentos reais.
Os reajustes conquistados pelos operários do setor no ano passado são melhores, no entanto, se comparados às negociações de outras categorias profissionais acompanhadas pelos técnicos do Dieese. Em 2009, 80% dos 692 acordos conseguiram aumentos reais.
Os dados constam de estudo setorial da construção divulgado na última semana e levam em conta os reajustes concedidos em comparação à inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). O indicador, calculado pelo IBGE, é o mais usado nos acordos.
Das 68 negociações dos trabalhadores da construção civil no ano passado, 64 ficaram acima do INPC; uma teve desempenho igual ao indicador e três não conseguiram repor as perdas da inflação, duas delas foram na região Centro-Oeste e uma na região Norte.
A remuneração média de um trabalhador (com carteira assinada) da construção civil no país é de R$ 1.282,30, segundo a Rais (Relação Anual de Informações Sociais) de 2008, do Ministério do Trabalho. O valor é inferior à remuneração média paga no Brasil, de R$ 1.570.
No ano passado, foram criados 177.185 empregos com carteira assinada no setor da construção civil, resultado menor do que o verificado em 2008, quando a criação de vagas formais chegou a 197.868 e o setor teve o maior crescimento dos últimos 11 anos (11,94%). "No ano passado o setor sofreu os efeitos da crise, mas mesmo assim houve abertura significativa de vagas. Neste ano, já foram abertas 127,8 mil vagas de janeiro a março e a perspectiva é abrir mais de 200 mil no ano", diz José Silvestre de Oliveira, coordenador de relações sindicais do Dieese.
Recorde de empregos - A economia brasileira criou 305.068 postos de trabalho com carteira assinada em abril, número recorde para o mês, informou o Ministério do Trabalho e Emprego. O desempenho é o segundo maior resultado desde o início da série, em 1992. O maior número foi registrado em junho de 2008, quando o saldo de empregos gerados somou mais de 309 mil empregos.
No acumulado do ano, o número de vagas criadas é de 962.327. O número é resultado dos quatro recordes seguidos registrados desde o início do ano. Apesar do saldo recorde, o resultado de abril ficou abaixo da previsão do ministério do Trabalho, que havia indicado a criação de 340 mil postos no mês.
No final de abril, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, elevou para 2,5 milhões a previsão de novos empregos formais a serem gerados neste ano. A projeção oficial anterior era de 2 milhões, mas o ministro já vinha afirmando que esse número seria revisado para cima diante do resultado dos primeiros meses de 2010. Se a previsão do governo se concretizar, 2010 entrará para história com número recorde de geração de empregos formais. O ano de 2007 ainda guarda a maior marca: 1,617 milhão de vagas com carteira.
Fonte: Jornal de Jundiaí – SP