Construção civil terá PIB forte em 2012
Apesar da deterioração do cenário, obras já contratadas garantem crescimento de 5,2%
07 de dezembro de 2011 - O Produto Interno Bruto (PIB) da construção civil deve continuar crescendo neste ano e no próximo num ritmo superior ao da economia em geral, apesar da deterioração do cenário mundial. Projeções do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP) divulgadas ontem indicam que o PIB da construção civil deve aumentar 4,8%, ante um acréscimo de 3% da economia. Para 2012, a estimativa é que o PIB geral cresça 3,5% e o da construção civil tenha uma acréscimo de 5,2%.
Ontem, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anunciou que o PIB da construção civil do terceiro trimestre cresceu apenas 0,2% ante o segundo trimestre, descontadas as influências sazonais. Na comparação com o terceiro trimestre de 2010, a alta foi de 3,8%. "Esse resultado está subestimado", afirmou Ana Maria Castelo, economista da FGV Projetos e responsável pela análise econômica do setor feita pelo Sinduscon-SP. Ela explica que o IBGE projeta o PIB da construção com base no desempenho da indústria de materiais de construção. Como as importações de materiais aumentaram muito, esse não é mais um bom termômetro para projetar o PIB.
Tanto é que ontem o Sinduscon-SP divulgou projeções revisadas para o PIB do setor em 2009. De uma queda de 6%, houve crescimento real de 8,3% ante 2008. "Em 2009, houve um descolamento entre o PIB e a produção de materiais", disse Ana.
Longo prazo
O vice-presidente de Economia do Sinduscon-SP, Eduardo Zaidan, disse que, como a construção civil é uma atividade que trabalha com um horizonte de prazos mais longos, as obras contratadas hoje garantem o crescimento vigoroso do PIB do setor neste ano e no próximo. "Se houver uma deterioração muito grande da economia, isso poderá afetar o setor no fim de 2012 e início de 2013", disse Zaidan. "O crescimento está garantido por três trimestres."
Ana Maria detalhou que o crescimento projetado para o ano que vem será baseado em três pilares: o avanço mais rápido da segunda etapa do programa habitacional do governo Minha Casa, Minha Vida, as obras de infraestrutura para os eventos esportivos de 2014 e 2016 e o crédito habitacional, que deve continuar em expansão.
Ela projeta para este ano crescimento real de 30% no crédito habitacional em relação a 2010 e de 30% nominal em 2012. Foi o avanço do crédito que reduziu a fatia do informalidade no setor. Hoje as empresas respondem por 65% do PIB da construção.
Fonte: O Estado de São Paulo