Construção deve ter alta de 11% na venda de materiais
Para Acomac, segmento apresentou queda atípica em junho devido aos horários da Copa.
29 de julho de 2010 - O setor de material de construção na RMC (Região Metropolitana de Campinas) teve queda aproximada de 4% nas vendas em junho, na comparação com maio deste ano, segundo a Acomac (Associação dos Comerciantes de Material de Construção Civil em Campinas e Região). O crescimento esperado para o setor na região em 2010 é de, no mínimo, 11%. Em 2009, o crescimento foi de 7%, de acordo com a associação.
Segundo o presidente da Acomac Campinas e Região, Paulo Plache, a queda é atípica e ocorreu devido à Copa do Mundo, quando muitas empresas pararam de trabalhar nos horários dos jogos. "Em julho retomaremos o crescimento já que a região é privilegiada no Estado de São Paulo por ser próxima a Capital e compor e ser rodeada de estradas", afirma Plache.
As cidades que mais estão se destacam este ano nas vendas do setor são Indaiatuba e Santo Antônio de Posse. Plache ressalta que os eventos esportivos que serão realizados nos próximos anos, como a Copa e as Olimpíadas vão aquecer o segmento. "Para essas realizações, a região vai precisar investir na expansão do aeroporto de Viracopos, no trem bala e na mobilidade urbana."
O setor de material de construção caminha com o imobiliário e o da construção civil. Ambos estão em ascensão e a construção civil é que mais gera empregos. De acordo com Plache, o governo deveria liberar mais crédito à área habitacional. "O crédito habitacional no Brasil corresponde somente a 2% do PIB (Produto Interno Bruto) no setor. Em países como o Chile, o investimento é de 25% do PIB, na Holanda, 150% do PIB e nos Estados Unidos, 67% do PIB."
Segundo o presidente da rede imobiliária Campinas Secovi, Rodrigo Coelho, a venda de imóveis está bastante aquecida na região e cresce anualmente 20%, principalmente para consumidores que ganham até dez salários mínimos, com o poder de compra até R$ 150 mil. "O Minha Casa Minha Vida ajudou bastante as famílias com renda menor no financiamento da casa própria", afirma.
A rede cresceu 35% no segmento de imóveis usados no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2009. Em igual período, as vendas de imóveis novos aumentaram 20%.
Segundo o professor de economia da PUC-Campinas, Roberto Brito de Carvalho, o aumento da renda do trabalhador, a redução do desemprego e a expectativa otimista trouxeram maior segurança ao consumidor na aquisição de imóvel. "Existe fluidez maior no mercado de crédito brasileiro direcionado a um público que não tinha acesso em períodos anteriores, que é a classe de baixa renda", explica o economista . Ele complementa que o mercado de construção civil permanecerá em ascensão por no mínimo uma década.
Fonte: Todo Dia - SP