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Construção disputa mão de obra e bate recorde

Texto: Redação AECweb

Mesmo vivendo um semi-apagão nas constratações, setor acumulou 2,8 milhões de empregos formais até outubro

26 de novembro de 2010 - Aquecido por conta do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) desde 2007, o setor de construção civil vive um "semiapagão" de mão de obra, segundo alerta João Cláudio Robusti, diretor do Departamento da Indústria da Construção da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O setor, que acumula 2,8 milhões de empregos formais até outubro, já bateu o recorde de 2,3 milhões de 2009.

"Estamos disputando mão de obra a tapa. O problema hoje não está apenas na qualificada, mas em todos os níveis, do engenheiro ao operacional no canteiro de obras. Isso vem pressionando os salários e os custos para a indústria", analisa. Ele explica que, com um índice de desemprego de 6,1%, o país se aproxima da margem de pleno emprego, o que força as empresas a procurar pessoal já empregado a salários mais elevados.

O resultado é a inflação do setor. O índice Nacional de Custo da Construção - Mercado (INCC-M), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), atingiu 0,36% em novembro, o dobro do registrado em outubro. O aumento foi puxado pela variação do custo da mão de obra, que passou de 0,03% para 0,59% no período.

Para Robusti, o cenário tende a piorar se o setor não investir mais, haja vista a aproximação da Copa e dos Jogos Olímpicos, em 2014 e 2016. Para atender à demanda de infraestrutura e do déficit habitacional - estimado em 6 milhões de moradias - a indústria de construção civil demandará, até 2022,10,2 milhões de empregos formais e informais (nível que atingiu este ano 6,9 milhões). Além disso, deve produzir 23,5 milhões de unidades e receber investimentos da ordem de R$ 255 bilhões por ano.

As projeções da Fiesp, que serão apresentadas na segunda- feira durante o Construbusiness, em São Paulo, incluem o crescimento da população, dos atuais 190 milhões para 209 milhões até 2022, e a formação de 17,5 milhões de famílias.

"Para evitar um verdadeiro apagão, o setor precisa elevar sua produtividade e inovação. Sem investimentos, o crescimento sustentável fica comprometido", alerta Robusti. Ele ressalta, ainda, que novas for¬mas de captação serão necessárias. "O Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) e a caderneta de poupança, em um período de três anos, não serão suficientes para atender a forte demanda", destaca.

Fonte: Brasil Econômico

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