Construção espera crescer 6% neste ano
Watanabe: "Juros altos não combinam com crescimento econômico"
27 de janeiro de 2011 - O setor da construção civil vai manter o crescimento neste ano, mas não no mesmo ritmo de 2009. A expectativa é do presidente do Sindicato da Construção Civil (Sinduscon) de São Paulo, Sérgio Watanabe. A projeção para 2011 é de que o setor cresça em torno de 6%, um grande crescimento, mas menor do que o de 2009, estimado em 11% pelo Sinduscon e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ele esteve ontem em Rio Preto para participar das comemorações pelos 25 anos de fundação da regional local.
Segundo Watanabe, o ano passado foi excepcional para o setor da construção civil, fora da curva e, ao mesmo tempo em que é um fator positivo, traz preocupações, como a falta de mão de obra. "O Brasil está chegando próximo do pleno emprego. Todos os setores, não apenas a construção civil, terão dificuldades em contratar mão de obra, principalmente a qualificada." Ele disse que, dados ainda não divulgados, mostram que em dezembro a taxa de desemprego foi de 5%.
Para tentar diminuir esse gargalo, a estratégia do setor é investimento em tecnologia, em inovação tecnológica, em novos processos construtivos voltados para a industrialização, e capacitação da mão de obra contratada nos últimos anos. "Caso contrário, não será possível atender à demanda que a economia brasileira vai necessitar, seja em habitação, indústria ou comércio", afirmou.
Juros
Quanto ao aumento da taxa de juros, Watanabe diz que esse não é o combustível para o crescimento da economia como um todo e, como é uma das únicas ferramentas de combate à inflação, a expectativa é pela manutenção dessa elevação. "Juros altos não combinam com crescimento econômico e nem com a construção civil porque a construção depende de financiamentos de longo prazo."
Segundo Watanabe, depois de ficar no limbo praticamente por duas décadas, desde 2004 o setor vem crescendo de forma vigorosa e tem condições de atender às necessidade do Brasil. Para ele, o setor tem capacidade para fazer os investimentos que o País precisa, seja em infraestrutura, habitacional e vai atender as necessidades da Copa de 2014 e também as Olimpíadas de 2016.
"O Brasil tem tecnologia, tem conhecimento, tem gestão, tem sistema construtivo para atender a essa diferente gama de obras, mas não basta só construir, é preciso planejar melhor as construções."
Fonte: DiárioWeb - SP