Construção requer novo modelo
Setor necessita evoluir da utilização intensiva de mão de obra para um modelo mais industrializado que melhore sua produtividade
29 de junho de 2011 - Para enfrentar o desafio de sustentar o seu crescimento vigoroso, a construção necessita evoluir da utilização intensiva de mão de obra para um modelo mais industrializado que melhore sua produtividade. Isto, entretanto, depende de uma melhora no ambiente dos negócios no Brasil, que hoje enfrenta uma série de dificuldades.
As colocações foram feitas pelo presidente do SindusCon-SP, Sergio Watanabe, ao participar em 27 de junho do seminário "Infraestrutura, Urgências e Estratégias", realizado pelo C3 – Clube da Construção, no WTC, em São Paulo. Ele falou sobre o tema "A melhoria do ambiente de negócios como condição para a aceleração do crescimento".
Segundo o presidente do SindusCon-SP, diversos fatores dificultam o ambiente de negócios no país. "Esse ambiente necessita de ajustes macroconômicos, para diminuir a dívida pública e assim reduzir os juros e a carga tributária; e ajustes microeconômicos, implementando reformas que melhorem as condições para as empresas investirem e crescerem. Além de juros reduzidos e baixa carga tributária, necessitamos de segurança jurídica, equilíbrio fiscal, aperfeiçoamento da legislação trabalhista, e combate ao excesso de burocracia, à corrupção e à criminalidade."
Desafios da construção
Watanabe elencou os itens necessários à melhoria do ambiente dos na construção:
• Mais recursos físicos, por meio da ampliação da oferta de materiais e serviços, com medidas facilitadoras para a indústria de materiais da construção investir no aumento de sua capacidade produtiva.
• Mais recursos financeiros, mediante novas fontes de crédito além do BNDES e do Sistema Financeiro da Habitação (SFH). "Neste tópico, a taxa de juros é o principal obstáculo para a expansão das novas fontes de recursos." • Maior oferta de recursos humanos, com a criação de um programa nacional de capacitação, unificando todos os programas hoje dispersos pelo país e proporcionando uma expansão quantitativa e qualitativa de pessoa, necessária para garantir o crescimento sustentado do setor.
• Superação dos seguintes gargalos do PAC:
- Gestão: uniformizar os procedimentos administrativos para acelerar o andamento dos contratos: agilização de projetos, redução da burocracia nas reprogramações físicas de serviços, mecanismos para reajustamento de preços, encargos para as prefeituras que não tem verba orçamentária;
- Revisão dos valores unitários do Sinapi (Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil), para atualizar as planilhas de custos.
- Necessidade de entendimento entre o Executivo e os órgãos de controle em relação aos custos da construção e da margem de lucro (BDI).
- Remoção das impropriedades do RDC (Regime Diferenciado de Contratações), como sigilo dos orçamentos, prazo exíguo de 30 dias para apresentação de propostas "chave na mão" e a possibilidade de incluir qualquer obra neste regime desde que voltada para eventos esportivos.
Fonte: Sinduscon - SP