Construção sustentável no Brasil é debatida hoje
Texto: Redação AECweb/e-Construmarket
Em evento do Secovi-SP, debates apresentarão formas de aplicar no Brasil práticas relatadas em cases da obra
30 de abril de 2014 - O Secovi-SP (Sindicato da Habitação) reunirá um time de especialistas em construção sustentável para debater o assunto no evento de lançamento da versão (digital) em português do livro “Tornando nosso ambiente construído mais sustentável – Custos, Benefícios e Estratégias”, do norte-americano Greg Kats, uma das maiores autoridades da atualidade no estudo dos aspectos econômicos relacionados ao ciclo de vida de empreendimentos imobiliários sustentáveis. O evento acontece dia 30/4, às 9h30, na sede do Sindicato.
A viabilidade das construções sustentáveis e o retorno que proporcionam aos seus empreendedores, gestores e usuários será tema de palestra de Hamilton de França Leite Júnior, diretor de Sustentabilidade do Secovi-SP, que precederá debate que contará com José Moulin Netto, fundador e vice-presidente do Conselho Consultivo do Green Building Council Brasil e conselheiro do World Green Building Council, e Luiz Henrique Ceotto, diretor de projeto e construção da Tishman Speyer do Brasil.
Moulin acredita que as atividades econômicas continuarão impactando, cada vez mais, o meio ambiente. Para ele, isto é irreversível nas próximas décadas. Assim, a importância do conceito de construção sustentável continuará crescente. “O livro de Greg Kats apresenta argumentos tangíveis sobre retorno do investimento neste tipo de construção. Há um grande risco de obsolescência precoce para edificações e espaços urbanos que não incorporam o conceito de construção sustentável. Isto é um tema de grande relevância para investidores e incorporadores”, afirma o vice-presidente do Conselho Consultivo do GBC Brasil.
Já Ceotto destaca que o livro traz experiência de sustentabilidade em vários setores da construção civil e da economia e dá ideias de aplicação no Brasil. “São soluções para vários tipos de edificações com excelentes conceitos, valores, medições, níveis de desempenho – tudo muito bem documentado e que pode servir como modelo e ponto de partida para uma série de coisas. Temos a vantagem de não começar do zero. É muito mais fácil trilhar um caminho do que reinventar a roda”, diz.
O diretor de projeto e construção da Tishman Speyer lembra que a certificação sustentável no Brasil ainda está muito ligada a edifícios comerciais de mais alta performance. “Mesmo em edifícios deste tipo, a certificação é pouco explorada. A quantidade de prédios certificados ainda é pequena em relação ao total que está passando pelo processo”, comenta.
Também estão confirmados como comentaristas Marcelo Takaoka, presidente do Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS); Rafael Tello, pesquisador da Fundação Dom Cabral; e Claudio Tavares de Alencar, professor doutor do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da USP e presidente da Latin American Real Estate Society – Lares.
Livro disponível para download gratuito
A versão digital em português da obra foi viabilizada pelo Secovi-SP e, a partir do lançamento, estará disponível para download gratuito em seu portal. Segundo Ciro Scopel, vice-presidente de Sustentabilidade do Sindicato, uma das missões do Sindicato é difundir práticas sustentáveis no setor imobiliário. “O livro traduzido traz referências que ajudam a calcular custos e benefícios, bem como estratégias para a construção sustentável.”
Os 170 cases de edifícios sustentáveis nos Estados Unidos, analisados no livro (residenciais, comerciais, escolas e até igrejas), adotaram práticas sustentáveis e trouxeram como resultado economia de água, energia, manutenção e operação, além dos impactos na produtividade e na qualidade de vida dos seus ocupantes e, de forma indireta, na comunidade do entorno.
Esses edifícios custaram, em média, 2% mais do que os convencionais, rebatendo a crença de que construções sustentáveis custam, em média, 17% a mais (pesquisa do World Business Council for Sustainable Development, de 2007).
O evento conta com o apoio da CBCS, CBIC, Fecomercio-SP, Fiabci Brasil, IBAPE-SP, Lares, Núcleo Real Estate / Poli-USP, SESI.