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Construção tem dado sua contribuição de diversas maneiras

Texto: Redação AECweb

Dificuldade de mobilidade nos grandes centros urbanos muda planejamento das construtoras

04 de abril de 2012 - Assim como os demais setores da atividade produtiva e a população em geral, a construção civil tem sofrido as consequências da crescente dificuldade de mobilidade nos grandes centros urbanos, especialmente no município de São Paulo. O setor da construção tem dado sua contribuição de diversas maneiras. Os empreendimentos imobiliários se submetem às novas exigências municipais de construção de vagas de estacionamento e de ampliação de acessos viários.

As construtoras mudaram seu planejamento logístico por conta da legislação que restringe a circulação de caminhões e de VUCs (Veículos Urbano de Carga) dentro do centro expandido.

Uma vez que a lei do Psiu (Programa de Silêncio Urbano) impede a descarga de caminhões das 22h às 6h, as construtoras também precisaram se adaptar. A mudança da entrega de materiais de construção nas obras para o início da noite tem levado ao pagamento de horas extras a seguranças, pessoal de almoxarifado, operadores de máquinas. O encarregado do turno da noite agora precisa ter um grau maior de qualificação, o que também significa custo.

Cálculos feitos pela coordenação do Comitê de Tecnologia e Qualidade do SindusCon-SP apontam que as restrições à circulação de veículos de carga na capital paulista podem representar até 0,6% do custo da obra, dependendo de seu tamanho e localização.

No início de março, as restrições mais severas à circulação de caminhões nas marginais Tietê e Pinheiros, inclusive aos sábados, obrigaram a novas revisões de logística.

As autoridades de trânsito têm se mostrado abertas ao diálogo para que a necessidade de desafogar o trânsito não crie obstáculos intransponíveis à atividade produtiva. De fato, se novas restrições à circulação de caminhões forem adotadas, isso só trará mais prejuízos à produção.

Assim, será necessário estudar a viabilidade de outras medidas. Por exemplo, as obras em andamento no centro expandido poderiam receber algum benefício fiscal para compensar os custos extras. Também é aconselhável criar áreas exclusivas para descarga de caminhões nas obras, num sistema de rodízio como a Zona Azul.

Outra alternativa é abrir frentes como a criação de bolsões de estacionamento e a concessão de isenções tributárias para o combustível dos táxis, de modo que mais pessoas sejam estimuladas a não utilizarem carros particulares no centro da cidade, como acontece em outras capitais no exterior.

Paralelamente, precisam ser aceleradas as demais ações de estímulo ao transporte coletivo, como a ampliação do metrô e a criação de novos corredores exclusivos para ônibus. Assim, quem sabe, em breve poderemos edificar, em regiões mais adensadas como o centro da cidade de São Paulo, arranha-céus para fins comerciais com pouquíssimas vagas na garagem, como hoje eles são construídos na cidade de Nova York.

Fonte: Folha de São Paulo

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