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Construtoras antecipam tendências nos lançamentos

Texto: Redação AECweb

Carregador para carro elétrico, lavanderia coletiva e central de automação visam atender necessidades futuras dos moradores

4 de maio de 2010 - O que eu vou precisar na minha casa daqui a dez anos? Esta é a pergunta que as construtoras fazem antes de projetar um empreendimento imobiliário. Diferente de produtos menos duráveis como um carro ou um celular, o imóvel permanecerá com o consumidor por muitos anos e precisará contemplar necessidades e desejos do morador que ele ainda não sabe que terá. As construtoras tentam mapear essas tendências e incluir ferramentas nos seus lançamentos para atender o desejo futuro do seu cliente.

Um exemplo é a inclusão de carregadores para carros elétricos na garagem de um dos lançamentos da construtora BKO. "Prever o futuro faz parte das inovações no mercado imobiliário. Hoje ninguém tem carro elétrico, mas daqui a uns anos terá", afirma Joe Yaqub Khzouz, sócio da BKO. Para ele, é importante oferecer infraestrutura nos lançamentos imobiliários para atender as necessidades futuras. "Adaptar os imóveis prontos é mais difícil e às vezes até inviável."

Pensando nisso, a construtora Even decidiu oferecer uma central de automação para todos os seus empreendimentos lançados a partir de dezembro de 2009. Ao todo, três projetos já contemplam a plataforma, que permite ao morador instalar, antes ou depois da entrega do imóvel, sistemas de leitura biométrica nas portas, controle de intensidade de luz e câmaras de vigilância com acesso via internet, por exemplo. "As pessoas adoram os acessórios dos carros. Nós oferecemos algo parecido nos apartamentos. O encantamento dos opcionais é forte", afirma o gerente de incorporação da Even, Ricardo Grimone.

Mas em alguns empreendimentos, as tecnologias não são opcionais. Todos os apartamentos da incorporadora MaxHaus vêm com produtos automatizados. Um dos mais famosos é a MaxDoor, porta patenteada pela empresa, que não abre com chaves, mas com um controle remoto ou o toque dos moradores. Com investimento de R$ 1 milhão, a porta também oferece campainha personalizada com mp3, isolamento acústico e compartimento para correspondências. "Como produzimos em escala, o custo para o consumidor é diluído", afirma José Paim, presidente da incorporadora MaxHaus. Todos os empreendimentos da empresa possuem 70 metros quadrados, mas o preço varia conforme a localização _de R$ 3.000/m² a R$ 8.000/m², segundo Paim.

TENDÊNCIAS

Atenta à mudança da pirâmide demográfica brasileira, a Tecnisa desenvolveu apartamentos com facilidades para a terceira idade. "Todos os imóveis lançados a partir de setembro deste ano serão adaptados para idosos", afirma Romeo Busarello, diretor de internet da Tecnisa e professor de gestão de inovação no Insper. A construtora quer adequar seus apartamentos à sociedade brasileira do futuro, que terá mais idosos e menos jovens. Neste empreendimentos, as áreas comuns são adaptadas com tecnologias como degraus horizontais e antiderrapantes na escada da piscina. Se o cliente quiser, pode receber no apartamento as adequações para a terceira idade. No banheiro, a Tecnisa sugere a fixação de barras de apoio e de piso emborrachado.

Assim como o envelhecimento da população interfere na concepção dos lançamentos imobiliários, a mudança de perfil das famílias também. "Não podemos mais fazer imóveis para uma sociedade homogênea como no século passado", afirma Paim. O mercado imobiliário precisa atender hoje domicílios nas mais diferentes composições, formadas por casais com filhos, sem filhos, pessoas que moram sozinhas, casais gays, entre outras.

Neste contexto, a liberdade do cliente é um diferencial vendido pelas construtoras nos chamados projetos de arquitetura aberta. Plantas flexíveis, que permitem adaptações, atraem pessoas que procuram apartamentos personalizados. "Se todos os projetos forem iguais, vamos vender commodities. E o cliente não vai escolher o melhor apartamento para ele, mas o que tiver o menor preço", afirma Khzouz, da BKO.

Para viabilizar as mudanças, as construtoras usam tecnologias como paredes de drywall (feitas de gesso, mais leves que as de alvenaria) e pisos altos, com espaço para passar fiação embaixo do assoalho. "Assim, é possível conectar ligar qualquer aparelho em qualquer lugar da casa", explica Paim.

Outra realidade do mercado imobiliário que requer soluções inovadoras é a tendência de redução do tamanho dos apartamentos, principalmente nos segmentos compacto e econômico. Para aproveitar melhor os espaços, já estão à venda apartamentos com lavanderia coletiva. Uma das construtoras que apostou nesta solução foi a Even. A empresa inspirou-se em edifícios americanos e contratou uma companhia especializada para desenvolver máquinas industriais para as lavanderias dos imóveis. "A área de serviço é pouco utilizada. Os clientes podem preferir aumentar outros cômodos da casa com este espaço", afirma o gerente de incorporação da Even.

Fonte: IG - SP

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