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Construtoras de BH ameaçam abandonar Minha Casa, Minha Vida

Texto: Redação AECweb

Teto de avaliação dos imóveis subiu para R$ 11 mil, mas construtoras continuam insatisfeitas.

11 de julho de 2011 - O teto de avaliação dos imóveis do "Minha Casa, Minha Vida" subiu R$ 11 mil, mas as construtoras permanecem insatisfeitas e até ameaçam abandonar o programa habitacional. A nova tabela da segunda fase do programa para famílias com renda de até três salários mínimos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte , ampliou o valor dos apartamentos para R$ 57 mil.

O valor anterior era de R$ 46 mil. O Sindicato da Indústria da Construção Civil de Minas Gerais (Sinduscon-MG) havia requerido ao governo que o teto para Belo Horizonte fosse de R$ 65 mil - valor que foi estipulado para São Paulo e Distrito Federal.

O presidente do Sinduscon, Luiz Fernando Pires, acredita que a atualização no valor ainda não será suficiente para alavancar o programa em Belo Horizonte. Ele afirma que os terrenos mais baratos estão cada vez mais escassos na região, o que inviabiliza uma construção voltada para a baixa renda. Por essa razão, a maioria dos empreendimentos populares é construída na Região Metropolitana. Além disso, a topografia da cidade, rica em elevações, faz com que o custo da construção seja mais elevado.

Os novos valores foram anunciados na sexta-feira (8) pelo Ministério das Cidades e foram classificados como um "desestímulo à participação da iniciativa privada" pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção. Em nota, a entidade afirma ter recebido com cautela e preocupação o conteúdo da portaria com detalhes sobre a continuidade do programa. Para o presidente da entidade, Paulo Simão, os novos limites regionais de preços dos imóveis para a faixa de renda mais baixa do programa (até R$ 1.600) poderiam, inclusive, levar as empresas a optarem por outros tipos de empreendimentos.

Desde o início das negociações para essa segunda fase, a CBIC vinha propondo ao governo uma variação linear nos valores. Diante da incidência de sobreposições, o ajuste sugerido pela CBIC era de 30,7%. Esse índice seria o mínimo, na avaliação da entidade, para assegurar o andamento normal do programa.

A CBIC acrescenta que o cálculo do índice sugerido não considerou aspectos como a variação do preço dos terrenos, que foi muito superior à oscilação do custo da construção, e o fato de que os novos valores serão utilizados por um longo período.

Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, os apartamentos deverão ter preço máximo de R$ 57 mil, e as casas, de R$ 56 mil. No interior, o valor estabelecido é de R$ 52 mil para apartamentos e casas. Em municípios com população entre 20 mil e 50 mil habitantes, o valor máximo é de R$ 46 mil.

No Rio de Janeiro, onde o Sinduscon avalia que o custo da construção é o mais próximo do de Minas, o teto para a segunda fase do programa ficou em R$ 63 mil para os apartamentos e R$ 60 mil para as casas.

Fonte: Hoje em Dia - MG

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