Construtoras divergem sobre criação de cadastro negativo
Sinduscon-SP argumenta que atrasos e problemas nas obras podem escapar ao controle das empreiteiras
18 de dezembro de 2009 - As entidades representativas do setor de construção divergiram em suas reações à MP (Medida Provisória) nº 472, que veta recursos públicos e financiamento de bancos oficiais a construtoras que entreguem obras em atraso ou com problemas. A medida foi publicada anteontem.
A CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) aprovou a medida do governo, qualificando-a como importante para retirar do mercado empresas que realizem um mau trabalho.
O SindusCon-SP (Sindicato da Construção), por sua vez, repudiou a iniciativa. Em nota à imprensa, o presidente da entidade, Sergio Watanabe, afirmou que "se criou desnecessariamente um novo foco de insegurança jurídica na atividade da construção."
O sindicato argumenta que atrasos e problemas nas obras podem escapar ao controle das empreiteiras e que "vedar o acesso a financiamentos públicos é um instrumento severo demais para ser colocado sob a discricionariedade dos operadores da Caixa".
Setor aeronáutico
Já a Embraer comemorou a decisão do governo federal de conceder incentivo fiscal às empresas do setor aeronáutico instaladas no país. Para a fabricante, a medida tem potencial para transformar o Brasil em exportador de peças e partes aeronáuticas, na medida em que coloca os produtores nacionais em pé de igualdade com os estrangeiros.
Com a crise financeira, a Embraer passou a enfrentar queda no volume de vendas e pedidos para adiar a entrega de aeronaves. Consequentemente, reduziu as encomendas feitas aos fornecedores.
Para o diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) em São José dos Campos, Almir Fernandes, no entanto, o incentivo não alivia a situação das empresas do setor, que, segundo ele, precisam de ajuda do governo para saldar dívidas de compra de máquinas e pagamento de impostos.
Fonte: Folha de S. Paulo - SP