Construtoras investem na diversificação das atividades
Além da construção, elas lideram negócios em energia, telecomunicação e saneamento, entre outros segmentos
05 de julho de 2010 - A retomada da construção civil no Brasil tem sido acompanhada de um movimento de diversificação das atividades das empresas. Ao contrário do passado, hoje elas não querem ser apenas a empreiteira da obra. Elas querem construir, fazer a manutenção e administrar os ativos, afirma o sócio da consultoria KPMG, Maurício Endo.
Segundo ele, daqui para a frente a tendência é que esse tipo de negócio se fortaleça cada vez mais dentro dos grupos construtores. Hoje há grandes nomes da construção liderando negócios bilionários como energia, telecomunicações e saneamento, entre outros segmentos.
A Odebrecht, por exemplo, tem participação na Hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Madeira, administra a concessão da Rodovia Dom Pedro I (SP) e é controladora da Braskem, maior petroquímica do País.
A Camargo tem participação na indústria de cimentos e detém participação expressiva em importantes empresas do setor elétrico, como a CPFL. A Andrade Gutierrez é uma das sócias da operadora de celulares Oi. "A busca por novos mercados deve aumentar ainda mais nas próximas décadas com novas concessões de serviços públicos e Parcerias Público-Privadas (PPPs)", diz Endo.
Ele tem razão. A Mendes Júnior, que nos últimos anos ficou fora desse movimento, já faz planos de explorar algumas áreas, como a concessão de rodovias, energia elétrica e saneamento básico. "Agora é o momento oportuno para entrar nessas áreas", diz o vice-presidente de mercados da Mendes Júnior, Sérgio Cunha Mendes.
Segundo ele, a empresa tem algumas propostas de prefeituras para atuar na área de saneamento básico. "Além disso, estamos olhando com cuidado as oportunidades no Rodoanel de São Paulo e algumas PPPs de estádios, além de portos." Outro plano da empresa é entrar no mercado de habitação a partir de 2011.
A Galvão já entrou nessa onda de diversificação de negócios. Hoje a empresa investe em três segmentos: saneamento, onde participa de uma PPP com a Sabesp e outras prefeituras, energia elétrica e infraestrutura para a área de óleo e gás.
Segundo o diretor Guilherme Eustaquio Barbosa, a empresa tem uma divisão para investimentos no setor naval. "No momento, estamos na fase de preparação de terreno para a instalação de um estaleiro no País. Isso pode ocorrer em parceria.
Fonte: O Estado de S. Paulo - SP