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Construtoras privilegiam imóveis mais baratos

Texto: Redação AECweb

Apesar da condição desfavorável do mercado, as empresas continuam com estratégias de longo prazo

11 de março de 2009 - O cenário desfavorável dos últimos meses não desestimulou as construtoras brasileiras de acelerar sua atuação no segmento econômico, e agora, apesar da turbulência financeira, elas revelam resultados positivos nas vendas e nos lançamentos para esse filão de público. É o caso da Gafisa, que, depois de ter consolidado parte da operação com a Construtora Tenda, começa a colher os frutos deste negócio. A concorrente Rossi Residencial também revelou, em seus resultados preliminares, que deve registrar mais de 100% de crescimento, tanto na comercialização, como na idealização de empreendimentos de menor custo, comparando 2008 ao ano anterior.

Outra que também dá seus passos nesse sentido é a Cyrela Brazil Realty, por meio da Cury Construtora e Incorporadora, fruto de uma joint venture entre a Cury Empreendimentos e a Cyrela, que já lançou o quarto condomínio linha Mérito, atendendo ao público de baixa renda.

À frente dos negócios da Gafisa, o CEO Wilson Amaral afirmou que a companhia "continua a executar sua estratégia a longo prazo, de se tornar líder no mercado residencial", e acrescentou que a complementação da aquisição de 60% da Tenda "fortaleceu significativamente a posição da companhia no segmento de baixa renda, que encontra-se em franco crescimento" na avaliação do executivo.

A Gafisa considera que, apesar das condições desfavoráveis do mercado, ao marcar posição no setor de moradias acessíveis com a Tenda, conseguiu criar uma plataforma única no País, "com o maior alcance geográfico e englobando o maior portfólio de marcas, que atendem a todas as faixas de renda".

Na divulgação dos resultados de 2008, a construtora admitiu que assumiu postura cautelosa no quarto trimestre, adiando lançamentos que não acompanharam a performance comercial pré-estabelecida, mas mesmo assim, no ano passado, lançou empreendimentos em um total de R$ 4,2 bilhões, representando avanço de 88% em relação ao que foi verificado no ano anterior. Já as vendas contratadas chegaram a R$ 2,6 bilhões no período avaliado, o que corresponde a um salto de 58%, em relação à 2007.

O demonstrativo dá conta ainda de que os projetos lançados pela Gafisa corresponderam a 46% dos negócios, enquanto os da Tenda ficaram com os mesmos 46%, restando à Alphaville 7%, no último ano.

A empresa analisa que apesar da recessão global, que ocasionou o adiamento da decisão de comprar por parte dos consumidores, a construtora viu seus empreendimentos serem vendidos quase que em sua totalidade. E que para sanar os impactos negativos do último trimestre de 2008, em que teve um prejuízo líquido de R$ 12,8 milhões, período onde também se fizeram presentes as despesas referentes à consolidação da Tenda, tomou medidas para gerar caixa e diminuir a dívida para enfrentar o novo cenário.

Ontem também foram divulgados os resultados da Tenda, que verificou um prejuízo líquido de R$ 38,2 milhões no consolidado de 2008, mas viu o quarto trimestre ser melhor, com um lucro de R$ 13,8 milhões, na comparação com ambos os períodos de 2007.

O demonstrativo apontou a que o número de unidades vendidas aumentou 20%, apesar dos lançamentos terem permanecido praticamente estáveis, totalizando R$ 1,9 bilhão, na comparação com 2007.

Concorrência
Uma das principais concorrentes na ponta da construção, a Rossi Residencial, confirmou, em fevereiro, que o segmento econômico apresentou um salto de 126%, nos lançamentos. Ao todo, os empreendimentos lançados totalizaram R$ 596 milhões em 2008, na comparação com o ano anterior. As vendas no segmento econômico somaram R$ 447 milhões, 119% a mais que em 2007.

Para Cassio Audi, CEO e diretor de Relações com Investidores da Rossi, o aumento casa perfeitamente com a expectativa da construtora. "Cumprimos o guidance [meta] de lançamentos anunciado em 2008", falou.

Para 2009, a estratégia da empresa continuará na mesma linha, com a pretensão de que os negócios no segmento econômico cheguem a 50% do valor geral de vendas (VGV) do ano, com forte atuação regional. No ano passado, os imóveis mais acessíveis ficaram com a parcela se 44% dos lançamentos, o que significou 29%, levando em conta o VGV.

Os dados preliminares anunciados mostraram que a companhia atingiu a casa dos R$ 2,2 bilhões em vendas contratadas no ano passado, valor 38% maior, do que o contabilizado em 2007. Já os lançamentos Rossi somaram R$ 2,7 bilhões, um aumento de 10%, no mesmo período.

Outra empresa com forte atuação na construção de imóveis mais acessíveis é a mineira MRV Engenharia, que no primeiro mês de 2009, ao revelar seus resultados prévios do ano anterior, demonstrou um aumento de 115,4% nas vendas contratadas, atingindo montante de R$ 1,544 bilhão, em cima de 2007.

O total de lançamentos da construtora mineira chegou a R$ 2,533 milhões nos dados prévios de 2008, um salto de 111%, em relação ao ano retrasado. Os últimos três meses do ano somaram R$ 536 milhões em novos imóveis. Para se ter uma idéia, levando em consideração só o quarto trimestre do ano passado, a parcela de empreendimentos lançados pela MRV entre R$ 80 mil e R$ 130 mil reais ficou com 57% do que foi anunciado, tendo as unidades com preços de R$ 130 mil a R$ 180 mil reais representado 26%. Abaixo de R$ 80 mil, ficaram 11% dos lançamentos.

A Cury Construtora e Incorporadora, ligada à Cyrela Brazil Realty , lançou mês passado o quarto empreendimento da linha Mérito, e, em um único dia, fechou a assinatura de 40% das unidades deste primeiro lançamento do segmento econômico em 2009.

O cenário desfavorável dos últimos meses não desestimulou as construtoras brasileiras de acelerarem sua atuação no segmento econômico de imóveis, que confirmou os dados positivos em 2008 e apresenta boas perspectivas para este ano.

É o caso da Gafisa, que, depois de ter consolidado parte da operação com a Construtora Tenda, começa a colher os frutos deste negócio. O diretor executivo da Gafisa, Wilson Amaral, afirmou que a aquisição de 60% da Tenda "fortaleceu significativamente a posição da companhia no segmento de baixa renda, que se encontra em franco crescimento".

A concorrente Rossi Residencial também revelou, em seus resultados preliminares, que deve registrar mais de 100% de crescimento, tanto na comercialização, como na idealização de empreendimentos de menor custo, comparando 2008 ao ano anterior. Segundo Cassio Audi, CEO da Rossi, a estratégia da empresa continuará na mesma linha, com a pretensão de que os negócios do segmento econômico cheguem a 50% do valor geral de vendas (VGV) do ano, com forte atuação regional. No ano passado, os imóveis mais acessíveis ficaram com a parcela de 44% dos lançamentos, o que correspondeu a 29%, levando em conta o VGV.

Fonte: DCI – SP - Fabíola Binas

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