Construtoras puxam alta da Bolsa em dia de recuperação
Apesar de o cenário externo permanecer negativo, as recentes baixas nos mercados de ações mundo afora abrem espaço para compras também na Bovespa
25 de novembro de 2010 - Os papéis das construtoras lideram as altas do Ibovespa nesta quarta-feira, em dia de recuperação dos mercados após as recentes quedas. Apesar de o cenário externo permanecer negativo, com preocupações com a crise fiscal na zona do euro, inflação na China, tensão entre as Coreias e dúvidas sobre a recuperação da economia norte-americana, as recentes baixas nas bolsas mundo afora abriram algum espaço para as compras e na Bovespa não é diferente. A informação de que Dilma Rousseff deverá nomear para presidente do Banco Central Alexandre Tombini, atual diretor de Normas da instituição, também alimenta o fluxo positivo de hoje.
Às 15h40, o principal índice da Bolsa paulista subia 2,21%, aos 69.455 pontos, na máxima do dia até então. O giro financeiro somava R$ 8,2 bilhões, com previsão de totalizar R$ 8,51 bilhões no enceramento da sessão.
As construtoras lideravam as altas, após registrar as mais fortes perdas ontem. Há pouco, Cyrela ON subia 4,17%, acompanhada por PDG ON (+3,57%); Rossi Residencial ON (+5,40%) e MRV ON (+4,31%). Gafisa subia 3,09% e também aparecia na lista.
A chefe de análise da Spinelli Corretora, Kelly Trentin, destaca que as ações chamavam uma recuperação, diante do fraco desempenho que vinham apresentando no mês de novembro. Tem papéis com queda acumulada de 7%, enquanto o Ibovespa registrava queda de 3,85%.
Apesar da recuperação, os temores com o aumento da inflação no País persistem. Em relatório, o UBS reiterou hoje a expectativa de que os índices correntes mais altos que o esperado resultarão em aumentos nas previsões de mercado para a inflação em 2010 e 2011, alimentando os temores com a aceleração dos preços.
Blue chips
Nos mercados internacionais as commodities subiam, também se recuperando das perdas registradas na sessão de ontem, com investidores buscando tirar vantagem dos preços baixos, e estimulavam as negociações com as produtoras nacionais.
Petrobrás PN subia 1,66%, enquanto a ON avançava 1,35%, ligeiramente acima da alta de 0,52% registrada na Nymex eletrônica para a cotação do petróleo, onde o barril era cotado aos US$ 81,77.
A OGX Petróleo subia 1,40%, estimulada também pelo anúncio de que a companhia identificou nova acumulação de gás no poço 1-OGX-22-MA, no bloco PN-T-68, na bacia terrestre do Parnaíba, desta vez na seção devoniana inferior do poço. A controlada OGX Maranhão - sociedade formada entre OGX (66,6%) e MPX Energia (33,3%) - é a operadora e detém 70% de participação neste bloco, enquanto a Petra Energia detém os 30% restantes.
Segundo a companhia, o poço apresenta potencial produtivo de até 3,4 milhões de metros cúbicos por dia em abertura plena (AOF - Absolute Open Flow). Em comunicado, diretor geral da OGX, Paulo Mendonça, diz que as novas informações "reforçam a perspectiva do enorme potencial da região, com a descoberta de acumulações em diferentes níveis e potencial produtivo excepcional".
Vale PNA registrava valorização de 2,20% e a ação ON da mineradora ganhava 2,34%, acompanhando a recuperação dos metais. As siderúrgicas, também avançavam com: Usiminas ON (2,94%); Usiminas PNA (+1,26%); Gerdau PN (+1,22%); Gerdau Metalúrgica PN (+0,40%) e CSN ON (+0,62%).
Entre as maiores altas do Ibovespa, destaque ainda para BM&FBovespa ON, com ganhos de 2,87%. Estudo feito pela consultoria Economatica divulgado ontem destacou que o volume financeiro movimentado com as negociações de mercado à vista da Bovespa atingiu sua máxima histórica em 2010 antes mesmo do encerramento do ano. No acumulado de 2010 até a última segunda-feira, dia 22, o volume soma US$ 706,6 bilhões, superando o recorde anual registrado em 2008, de US$ 691,6 bilhões.
Fonte: Agência Estado - SP